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Mulheres ganham espaço na mineração

8 de julho de 2012

rnQuando ingressou no curso de engenharia de minas, na Universidade Federal da Paraíba, Lúcia Oliveira, 36, tinha duas colegas de turma, mas foi a única mulher a receber o diploma.rnDa Paraíba, mudou-se para o Pará

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Quando ingressou no curso de engenharia de minas, na Universidade Federal da Paraíba, Lúcia Oliveira, 36, tinha duas colegas de turma, mas foi a única mulher a receber o diploma.

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Da Paraíba, mudou-se para o Pará e, há dez anos, empregou-se num projeto de cobre da Vale, onde hoje é gerente de planejamento de mina, com uma equipe de 53 pessoas –90% homens.

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De lá para cá, ela conta que a realidade mudou muito: o estigma da mineração como um trabalho exclusivamente masculino começa a cair por terra e mais e mais mulheres buscam um emprego no setor. “Tinha até o mito que mulher dava azar em mina. Isso já não existe mais.”

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Em 2011, a força de trabalho feminina da Vale cresceu 28%, acima da expansão total do número de empregados (7,4%). Apesar de ganharem espaço nos quadros da empresa, elas ainda representem só 12,3% do total –em 2009, eram 10%.

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O crescimento ocorreu em todas as categorias profissionais, inclusive em cargos de gerência e mesmo nos de operação. Um exemplo é da operadora de motoniveladora (equipamento pesado que nivela o solo) Leidiane Fernandez, 30.

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“Sempre gostei de dirigir caminhões. Comecei com caminhão-caçamba e fiz treinamento para outras máquinas. Mas confesso que fui atraída também pelos melhores salários e pela estabilidade no emprego”, afirma ela, cuja meta é dirigir os imensos caminhões-fora-de-estrada, usados para movimentar volumes gigantescos de terra em minas a céu aberto.

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 Pedro Silveira/Folhapress 
Leidiane Christina Fernandes, operadora de motoniveladora na mina de Tamanduã, explorada pela Vale em Nova Lima (MG)
Leidiane Fernandes, operadora de motoniveladora na mina de Tamanduã, explorada pela Vale em Nova Lima (MG)

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Para o consultor José Mendo, o avanço tecnológico e a automação dos equipamentos abriram espaço para as mulheres na mineração. “Os sistemas são hidráulicos ou computadorizados. Antes, só um homem forte conseguia manobrar um caminhão.”

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Mendo diz que o fato de os salários na mineração serem mais altos do que em outras ocupações típicas de mulheres (como as de comércio e serviços) também atrai o público feminino.

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Até agora, diz a Vale, o crescimento da presença feminina na companhia foi espontâneo. Mas a mineradora começa a trabalhar num programa para qualificar e ampliar a mão de obra feminina.

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PRESIDÊNCIA GLOBAL

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A Anglo American já faz isso e contabiliza 37% de mulheres entre seus empregados na área de minério de ferro no país. No mundo, elas são 14% da força de trabalho da companhia –a mais “célebre” é a presidente global, Cynthia Carroll.

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Em 2013, quando o projeto Minas-Rio (mina, mineroduto e terminal portuário no porto do Açu, norte fluminense) entrar em operação, a companhia pretende contratar mais 300 mulheres, das 1.200 vagas previstas.

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“O objetivo é mapear, atrair e manter a mão de obra feminina. Preferimos mulheres para cargos como o de operador de usina de beneficiamento e soldador. Elas têm mais habilidades manuais e uma atenção mais concentrada do que a dos homens”, afirma a gerente de RH do projeto, Claudiana Silva.

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 arte2/Editoria de Arte/Folhapress 

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Fonte: Folha de S. Paulo

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