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Neo-alquimia: bactéria produz ouro artisticamente

16 de outubro de 2012

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Biomineração

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A biomineração consiste no uso de microrganismos, sobretudo bactérias, para extrair metais, eventualmente substituindo os complicados e caros processos da mineração tradicional.

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Kazem Kashefi e Adam Brown, da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, decidiram fazer uma demonstração das capacidades da biomineração que tivesse um maior impacto.

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Kashefi é professor de microbiologia e genética molecular. Brown é artista, segundo ele especializado em “intermídias”.

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Os dois se juntaram para criar um aparato que é parte experimento, parte divulgação científica e parte obra de arte.

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Mas tudo funciona de acordo com o primeiro pressuposto – trata-se de um experimento científico real.

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Alquimia microbiana

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A parte que atrai e impressiona é que o aparelho recebe um composto químico natural extremamente tóxico – o cloreto de ouro – e produz ouro metálico puro.

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“O que nós estamos fazendo é alquimia microbiana – produzindo ouro, transformando algo que não tem valor em um metal precioso sólido,” disse Kashefi.

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O trabalho pesado é feito pela bactéria Cupriavidus metallidurans, que serve também para reter metais pesados de ambientes contaminados.

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A peça de arte, que está em exposição na Universidade, é um laboratório portátil.

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Ele consiste em um biorreator de vidro, onde a bactéria cresce no tóxico cloreto de ouro. Para impressionar, e dar o tom artístico, o aparato inteiro passou por um processo de douração.

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Neo-alquimia

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A obra contém ainda uma série de imagens feitas com um microscópio eletrônico de varredura.

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Usando antigas técnicas de iluminação, os cientistas aplicaram folhas de ouro 24 quilates sobre as imagens das bactérias onde o microscópio detectou a sintetização de ouro sólido, de modo que cada impressão contém parte do ouro produzido no biorreator.

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“Isto é neo-alquimia. Cada peça, cada detalhe do projeto é um cruzamento entre a microbiologia moderna e a alquimia,” disse Brown. “A ciência tenta explicar o mundo fenomenologicamente. Como artista, eu estou tentando criar um fenômeno. A arte tem a capacidade de impulsionar a investigação científica.”

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Interesses econômicos

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Com a cotação do ouro no seu pico histórico, a demonstração fez brilhar também os olhos de alguns homo economicus.

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Infelizmente o processo não é eficiente o bastante para virar uma fábrica real.

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Outras equipes estão usando a biologia sintética para fazer alterações genéticas nas bactérias, de forma que elas se concentrem menos no show e mais no trabalho, produzindo mais ouro, assim como outros metais.

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Fonte: Inovação Tecnológica

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