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O quarto ciclo

13 de maio de 2013

Mato Grosso teve três ciclos econômicos e, recentemente, entrou no quarto. Esses quatro períodos foram puxados pelo setor mineral, atividade mantida fora da mídia e, portanto, do conhecimento público. Esses per&iacute

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Mato Grosso teve três ciclos econômicos e, recentemente, entrou no quarto. Esses quatro períodos foram puxados pelo setor mineral, atividade mantida fora da mídia e, portanto, do conhecimento público. Esses períodos também redesenharam a área territorial mato-grossense.

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O primeiro ciclo começou com a colonização de Mato Grosso motivada pelo garimpo. Bandeirantes navegavam pelos rios, principalmente o Cuiabá, e concluíam seus trajetos se embrenhando pela mata e cerrado em busca do ouro. Nesse período começou o povoamento de Cuiabá, Santo Antônio de Leverger e Barão de Melgaço. Pelas botas dos garimpeiros o domínio da Coroa Portuguesa avançou pelas terras espanholas na região oeste e o Vale do Rio Guaporé, em sua margem direita foi incorporado ao Brasil na região onde se situam entre outras as cidades de Comodoro, Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda.

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No final do século 19 e nas primeiras décadas do século passado, aconteceu o segundo ciclo econômico. João José de Moraes, o lendário Cajango, e muitos outros garimpeiros se espalharam pela margem esquerda do rio Araguaia, entre Alto Araguaia e Araguaiana, em busca do diamante; de igual modo avançaram rumo à área central de Mato Grosso. Pelo caminho os homens que buscavam a pedra mais cobiçada do mundo em todos os tempos deixaram um legado formado entre outras pelas cidades de Barra do Garças, Torixoréu, Tesouro, Guiratinga, Araguainha, Ponte Branca, Alto Garças e Poxoréu. Mais: esses mesmos garimpeiros definiram a então desconhecida divisa de Mato Grosso e Goiás, que passou a ser o Araguaia, de sua nascente ao ponto mais ao norte da Ilha do Bananal, que agora pertence a Tocantins.

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A meta era construir a BR-163 ligando Cuiabá, no centro do continente, ao porto no rio Tapajós, em Santarém. Porém, no rastro dos tratores do 9º Batalhão de Engenharia de Construção (9º BEC) garimpeiros de todos os cantos do Brasil chegaram a Peixoto de Azevedo, onde ouro foi encontrado. Assim, em meados dos anos 1970 começou o terceiro ciclo econômico. As ?fofocas? ? descoberta de áreas com o metal ? se espalharam por Alta Floresta, Apiacás, Paranaíta, Terra Nova do Norte e demais cidades da calha do rio Teles Pires na região mais ao norte de Mato Grosso e também chamada de Nortão.

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O ouro descoberto no Nortão motivou a reativação de jazidas em Poconé e Cuiabá. A extração do metal se estendeu de modo desordenado e em abundância até 1994. Nesse período, a pecuária era tímida e assolada pela febre aftosa. A agricultura nem de longe registrava os índices e números atuais. O pilar da economia era o ouro, com sua malária, seus assassinatos, seus cabarés que tinham o chão lavado com cerveja por garimpeiros bêbados e onde se comprava sexo com pepita de ouro.

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O quarto ciclo é o da pesquisa, da mineração ecologicamente correta e socialmente justa. Ele começou, mas caminha sem rumo por falta de política mineral e até mesmo pelo distanciamento das instituições públicas que deveriam se unir para transformá-lo na única alavanca capaz de melhorar a qualidade de vida da população no curto prazo.

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Fonte: Diário de Cuiabá

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