O reinado do ferro e do ouro vai continuar
5 de dezembro de 2012
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O relatório recente do FMI sobre o futuro da economia mundial tinha um tom pessimista. Estados Unidos, Europa e Japão vão continuar crescendo a taxas pífias, e os países emergentes liderados pela China e Índia também vão reduzir suas taxas de expansão econômica, embora ainda muito superiores ‘as nações industrializadas.
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A sorte da economia global é que a China precisa crescer e crescer — porque a estabilidade do regime político está lastreada no aumento do padrão de vida da vastíssima população, de 1,3 bilhão de pessoas. Assim os investimentos do governo em infraestrutura continuam se elevando, e a economia tende a se estabilizar com crescimento anual em torno de 8% — o menor nível em 22 anos.
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A economia chinesa após sete trimestres de desaceleração registrou a expansão da atividade produtiva em outubro, provocada pela alta dos pedidos no mercado doméstico e para exportação. O índice de Gerentes de Compras calculado pelo governo, identificado pela sigla PMI em inglês, atingiu 50,2 pontos, comparado a 49,8 pontos em setembro passado. A marca de 50 pontos separa as tendências de expansão ou contração da atividade econômica.
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A Índia, que também está sofrendo com a desaceleração global, parece decidida a implementar uma nova rodada de reformas econômicas, se o Partido do Congresso no governo conseguir dobrar seus ferrenhos oponentes no parlamento. A vasta população indiana pressiona pela volta do crescimento econômico a taxas de dois dígitos, a exemplo da década passada: única maneira de expandir o número de novos empregos aos milhares de jovens que estão ingressando todo ano no mercado de trabalho.
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A taxa de intensidade de uso de metais nesses dois países ainda está longe de alcançar as economias industrializadas. O mercado de automóveis, por exemplo, dá sinais visíveis de saturação no mundo considerado desenvolvido; as principais montadoras apostam suas fichas no consumidor dos países emergentes. O modelo indiano Nano é uma prova desse potencial.
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Esse panorama assegura não só altos níveis de preços para o minério de ferro e os metais – embora tenham sofrido quedas com a crise global – como também aponta que o ouro vai continuar tentando romper o patamar de US$ 1.900/onça. Não só os investidores voltam a comprar ouro como reserva de valor; os bancos centrais também têm intensificado suas compras, enquanto assistem ao avanço da moeda chinesa yuan no comércio global, em detrimento do dólar.
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A pauta de substâncias minerais produzidas hoje, entretanto, é muito ampla e diversificada. Vejamos o estudo recente do British Geological Survey (BGS) que publicou o Risk List 2012, mostrando o maior risco potencial de escassez que atinge os metais e elementos maciçamente usados nas indústrias de tecnologia – leia-se baterias, magnetos, celulares e notebooks – como terras raras, tungstênio, antimônio, bismuto e molibdênio, cuja produção e depósitos estão concentrados em poucos países. Dentro dessa ótica, o risco de escassez é menor para metais como alumínio, cobre e zinco. Da lista de 41 elementos listados pela BGS, publicada ao lado, a China lidera a produção de 22 deles e, paradoxalmente, também representa o principal fator de risco! O governo central pode reduzir ou suspender as exportações, reproduzindo uma situação semelhante ao “choque do petróleo”.
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Como mostra esta edição de “200 Maiores Minas Brasileiras”, o Brasil produz uma vasta gama de elementos minerais, mas lidera em termos globais apenas em nióbio e tântalo, conforme a lista da BGS. O grau de risco potencial de escassez criado pela BGS pode ser um interessante parâmetro na escolha de futuros alvos em exploração mineral e/ou desenvolvimento pelas mineradoras brasileiras – despontando-se no topo da lista terras raras, tungstênio e antimônio. Mais no meio desta lista, encontramos grafita, magnésio, lítio, estanho e crômio.
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Fonte: Revista Minérios & Minerales