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Opinião: Investimento é a chave do desenvolvimento brasileiro, diz José Eloy dos Santos

11 de dezembro de 2012

rnArtigo de José Eloy dos Santos Cardoso – Economista, professor da PUC-Minas e jornalistaMiriam Belchior, ministra do Planejamento, tem absoluta razão quando afirma que o motor do desenvolvimento econômico do Brasil precisa deixa

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Artigo de José Eloy dos Santos Cardoso – Economista, professor da PUC-Minas e jornalista

Miriam Belchior, ministra do Planejamento, tem absoluta razão quando afirma que o motor do desenvolvimento econômico do Brasil precisa deixar de ser o consumo e passar a ser o investimento. O problema é vencer as dificuldades para vencer os próprios imbróglios internos. Turbinar a economia com renúncias tributárias, mais crédito, mais queda dos juros e mais alta do dólar em relação ao real parece que não vem dando muito certo hoje em dia. Como a renda pessoal das famílias não vem crescendo e as pessoas estão endividadas, o que vem acontecendo com a brusca queda do Produto Interno Brasileiro (PIB) brasileiro é o resultado de tentar enxugar gelo com as conhecidas toalhas.

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Como os orçamentos familiares estão comprometidos com dívidas, como já mostraram os índices de inadimplência, qualquer aumento marginal da renda familiar tem a probabilidade de ser empregado na quitação de débitos contraídos, e não com a aquisição de novos bens. Os incentivos fiscais dados pelas isenções de impostos para a aquisição de bens duráveis como automóveis, por exemplo, turbinaram as vendas, mas essa alegria tem também limites. Se já foram substituídos os veículos mais velhos ou os bens duráveis como geladeiras, as famílias já atenderam suas mais prementes necessidades. O problema já vai ficando mais complicado. Se a inflação já não é a inflação mostrada nos números do governo e sim mais elevada, se houver ainda mais queda dos juros, os aplicadores nos títulos da dívida pública serão desestimulados e o governo já poderá ter problemas para rolar sua dívida como vem fazendo.

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Segundo o que vem sendo publicado na imprensa, a construção civil ainda vai demorar a reagir e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez recentemente uma sondagem que constatou que os números ainda são positivos, mas a retomada mais forte dos investimentos no setor deve ser adiada para meados de 2013. Esse setor depende da incorporação de novos edifícios, mas afetado pela desaceleração do ritmo de crescimento econômico, coloca também um freio nos empresários. Os preços dos terrenos nas metrópoles e grandes cidades não caíram nem os custos da mão de obra baixaram. Nas faixas de renda menores, há dificuldades para encontrar imóveis a custos mais favoráveis e em bairros mais próximos. Como as rendas da classe média não melhoraram, a tendência é essa classe esperar para adquirir futuramente imóveis.

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Com a economia andando mais lentamente, a indústria de máquinas e equipamentos também sentiu seus efeitos. As vendas desses bens de capital decresceram 14,6% em 2012 em relação a 2011. As importações desses bens produzidos na China também decresceram. O que consta é que alguns fabricantes brasileiros estão preferindo ser intermediários de vendas de máquinas produzidas naquele país asiático, que, bem menos sujeito ao “custo Brasil”, ainda conseguem ter preços aos consumidores bem melhores do que os preços desses produtos fabricados no Brasil.

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Não devemos ser pessimistas. No entanto, devemos mudar totalmente as atenções para incentivarmos os serviços, que hoje respondem até por 67% do PIB contra 27% da indústria e 5% da agropecuária. Com o recuo de 2,7% na intenção de consumo das famílias em novembro em relação ao mesmo período de 2011, como demonstrou esses dias a Confederação Nacional do Comércio (CNC), é bom pensar muito nas colocações da ministra do Planejamento, que, como economista que também é, está certíssima. O investimento é que poderá alavancar o desenvolvimento e não o consumo.

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Fonte: Estado de Minas

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