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Opinião: Níveis de produtividade e investimentos comprometem cenário em 2013

18 de dezembro de 2012

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A taxa de juros está em sua mínima histórica, mas o nível de investimentos e a produtividade baixa comprometem o cenário

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Por Vítor Wilher, Economista do Instituto Millenium

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A despeito de o Banco Central ter colocado a taxa básica de juros em sua mínima histórica, o nível de atividade não reagiu a contento. O PIB do 3º trimestre avançou apenas 0,6% em relação ao 2º. Em termos anualizados, crescemos abaixo de 3%, resultado condizente com uma taxa de investimento menor que 18% do produto. Fica a pergunta: as coisas tendem a melhorar nos próximos anos ou nos decepcionaremos ainda mais?

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Primeiro, é preciso relativizar o resultado do 3º trimestre. Deve-se levar em conta que incentivos fiscais, monetários e cambiais têm grau de defasagem para fazer efeito sobre o nível de produção. Tal fato foi agravado no cenário atual, dada à existência de um estoque médio de endividamento das famílias beirando mais de 40% da renda em 12 meses. Apesar da queda das taxas de empréstimo para o menor nível em outubro último, o nível de inadimplência permanece teimosamente situado ao redor de 8% para pessoas físicas.

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Como consequência direta disso, o canal de crédito, fundamental para a expansão 2003-2007, não está repassando a contento a redução da taxa básica. Já que o desemprego situa-se ao redor da mínima histórica e a massa salarial continua em expansão, espera-se que em algum momento o crédito se recupere, fortalecendo a tese de que é possível crescer ao redor de 3,5% em 2013. Nessa visão específica, as coisas podem melhorar em 2013.

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Em paralelo à questão creditícia, é preciso considerar outros três itens. O primeiro é o cenário externo. No lado norte-americano: devemos nos preocupar seriamente com o abismo fiscal ou confiar no bom senso? No lado europeu: haverá bom senso na condução do acordo pró-integração ou as discussões continuarão emperradas? Conseguirá a China resistir ao freio do setor externo?

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Dos três blocos, preocupa seriamente o imbróglio europeu, já que EUA e China têm soluções internas à disposição. Não se vislumbra resolução fácil dos problemas de integração no curto prazo. Não está claro se a Alemanha conseguirá impor contrapartidas de reformas e austeridade aos países em crise, necessárias para os pacotes de ajuda continuarem a ser oferecidos. Mesmo se fossem aprovadas, o efeito-crescimento dessas medidas se dá apenas em prazos dilatados. Assim, espera-se a continuação de nuvens carregadas no horizonte.

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Outra questão será a capacidade de resposta do investimento em 2013. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cai na margem há cinco trimestres consecutivos, culminando em 2% de queda nesse 3º trimestre de 2012. As expectativas dos empresários parecem contaminadas tanto pelo desempenho tímido do consumo – devido ao estoque de endividamento – quanto pelo cenário externo claudicante. Espera-se que no horizonte 2013-2016 haja um ajuste de forças, resultando na aceleração da taxa de investimento, com os eventos esportivos do período.

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A terceira questão é a produtividade. Com a economia funcionando a pleno emprego, sem aumentos contínuos na taxa de produtividade, haverá desequilíbrios que interromperão o crescimento econômico brasileiro. Para evitar isso, é fundamental acelerar investimentos em infraestrutura e retomar reformas estruturais. Consolidar e executar a agenda de reformas interrompida na última década e também que a política econômica volte a ser previsível, isto é, menos discricionária e mais atrelada a regras claras.

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Assim, 525 pontos-base depois, há ainda muitas dúvidas sobre a sustentabilidade do crescimento doméstico. É preciso equacionar uma conjuntura internacional difícil, problemas no lado da demanda e restrições no lado da oferta. Está claro, contudo, que a condução de uma política econômica anticíclica não deve ser encarada como panaceia. É necessário um pouco mais de sofisticação macroeconômica.

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Fonte: Estado de Minas

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