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Otimismo contido

23 de abril de 2013

Os fabricantes de alumínio mantêm um otimismo cauteloso sobre o setor no longo prazo. Com uma elasticidade de 1,5 a 1,7 vezes o PIB nacional, o consumo do metal poderá crescer, ao longo dos próximos anos, diante da demanda

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Os fabricantes de alumínio mantêm um otimismo cauteloso sobre o setor no longo prazo. Com uma elasticidade de 1,5 a 1,7 vezes o PIB nacional, o consumo do metal poderá crescer, ao longo dos próximos anos, diante da demanda de obras de infraestrutura e habitação e de projetos na área da indústria automotiva e do setor de transportes. Em 2025, o consumo de alumínio poderá superar 3,5 milhões milhões de toneladas, com alta de 7,2% ao ano entre 2010 e 2025, e mais do que o dobro dos 1,4 milhão de toneladas consumidos no ano passado. Chegar ao número não será uma tarefa fácil. “projetos no pré-sal e linhas de transmissão de energia, por exemplo, poderão puxar o consumo, ao mesmo tempo em que a área de transportes de carga e a indústria automotiva apresentam oportunidades, mas há diversas pressões sobre a cadeia”, afirma Adjarma Azevedo, presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).

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O preço da energia elétrica, quase o dobro da média internacional para o segmento, o real valorizado e a edição do Código Mineral preocupam os empresários, por colocar em xeque a competitividade do setor. O receio é de que, no médio prazo, o crescimento do consumo possa ser abastecido por uma parcela cada vez maior de importações, seja de alumínio primário ou de produtos transformados.

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“O preço da energia continua sendo um obstáculo para os fabricantes”, diz Azevedo. Um exemplo pode ser visto na Alcoa, uma das maiores do segmento. “As unidades do Brasil ainda têm os custos de energia acima da média mundial e bem acima de outras unidades da companhia. Na Europa, por exemplo, onde o custo da energia é alto, as unidades vendem para o sistema elétrico produtos que reduzem o custo de energia e permitem a competitividade das unidades na região”, diz Franklin Feder, presidente da Alcoa América Latina & Caribe.

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Apesar dos desafios, a cadeia está de olho em oportunidades. Uma delas está na exploração gradual da camada pré-sal, onde a profundidade dos poços pode chegar a 7.000 metros em relação à superfície do mar. Nesses reservatórios em que há óleo, existe uma grande quantidade de gás carbônico, que, quando reage à água, forma o ácido carbônico, altamente corrosivo. Isso faz com que o uso de materiais especiais anti-corrosivos seja necessário. “Nas plataformas, o consumo de alumínio pode ser alto, assim como nos tubos, que devem conter uma mescla de materiais para ser mais resistentes”, destaca Azevedo, da Abal.

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Outra oportunidade está na área de energia elétrica, com foco nos investimentos em transmissão. Segundo o Plano Decenal de Energia, a extensão do sistema de transmissão deverá crescer mais de 40% até o início da próxima década e superar 140 mil quilômetros. Em dez anos, será construída quase metade do parque atual de linhas. A área de transportes também abre um horizonte promissor. O novo regime automotivo estabelece, até 2017, medidas que objetivam aumentar a eficiência energética do veículo em 12% e redução de emissão de dióxido de carbono, que hoje está em torno de 170 gramas de gás carbônico por quilômetro rodado e deverá cair para no máximo 130 gramas de por quilômetro. Chegar a esses números implicará trabalhar com materiais mais leves.

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“O setor automotivo tem potencial para elevar seu consumo, os fabricantes de cosméticos também e o segmento de transportes, com caminhões e ônibus, é outro com potencial destaque. Nessas áreas iremos buscar mais clientes para dar vazão à nossa ampliação de capacidade”, afirma o presidente da Novelis América do Sul, Marco Palmieri. A empresa está concluindo um investimento de US$ 400 milhões para aumentar em 50%, para 600 mil toneladas, sua unidade no interior de São Paulo.

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Renda em alta, desemprego em baixa e ascensão das classes C e D têm elevado a demanda por bebidas e consequentemente o consumo de embalagens de alumínio, que, em 2012, quando o PIB cresceu 0,9%, registrou alta superior a 9%. O bom desempenho do mercado interno se soma a dois outros elementos: apelo sustentável e a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Estudo feito na Inglaterra pela Carbon Trust com um refrigerante de 330 mililitros apontou que a pegada de carbono da bebida embalada em lata de alumínio equivale a 170 gramas, enquanto uma garrafa de vidro, com a mesma quantidade da bebida, deixa rastro de 360 gramas em seu ciclo de vida.

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Com um índice de reciclagem de 98,3%, segundo os dados mais recentes, o setor de embalagens tem uma posição de destaque no momento em que as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos começam a alterar estratégias de fabricantes de bens de consumo. “É possível que o setor de latas ganhe com a política”, diz Renault Castro, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas). Há potencial para avançar em alguns segmentos. Em cerveja, as latas respondem por cerca de 40% do mercado, enquanto, em bebidas não alcoólicas, esse percentual chega a 7%. “A preocupação ambiental e o consumo em casa são dois impulsionadores dessa demanda”, diz Castro.

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Fonte: Valor Econômico

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