Segundo maior fabricante de aços longos do Brasil e das Américas, o grupo ArcelorMittal, comandado pelo indiano LakshmiMittal, tem uma expectativa “moderamente otimista” para a demanda de produtos siderúrgicos longos no Brasil
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Segundo maior fabricante de aços longos do Brasil e das Américas, o grupo ArcelorMittal, comandado pelo indiano LakshmiMittal, tem uma expectativa “moderamente otimista” para a demanda de produtos siderúrgicos longos no Brasil e América Latina neste ano. O grupo, com quatro usinas desse tipo de aço no país e unidades de produtos transformados – vergalhões, fio-máquina, arames e até pregos -, estima crescimento de 4% neste ano, bem acima do magro 1% de 2012.
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“Nosso negócio na região será um pouco melhor do que no ano passado”, afirmou Jefferson de Paula, vice-presidente nas Américas da área de aços longos. Em entrevista ao Valor, o executivo informou que as usinas no Brasil operam com mais de 90% da capacidade instalada, de 3,9 milhões de toneladas ao ano.
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Mas a ArcelorMittal, destaca o executivo, ainda não se sente confortável para retomar o plano de investimento de ampliação da oferta de aço longo no país. A empresa tem um projeto inicialmente orçado em US$ 1,2 bilhão para duplicar a usina de João Monlevade (MG) e que está paralisado. “Vamos acompanhar o comportamento do mercado antes de tomar uma decisão”, diz. Já foram aplicados US$ 700 milhões na obra e 90% dos equipamentos estão comprados.
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No ano passado, a holding ArcelorMittal Brasil, que opera os ativos de aços planos e de longos no país, além de uma pequena produção de tubos na Venezuela, teve receita líquida de R$ 15,7 bilhões, com retração de 9% em relação a 2011. As vendas atingiram 8,5 milhões de toneladas. A capacidade instalada total de aço bruto das operações brasileiras soma 11,5 milhões de toneladas.
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A companhia encerrou o ano com prejuízo líquido consolidado de R$ 961 milhões, resultado decorrente, principalmente, de efeitos fiscais e tributários (reversão) de R$ 859 milhões.
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A seguir, íntegra da entrevista com o vice-presidente de aços longos do grupo nas Américas:
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Valor: Como está a expectativa de demanda de aço para este ano?
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Jefferson de Paula : Estamos mais otimistas do que no ano passado, mas é um otimismo moderado. Os negócios serão melhores na América Latina e, especificamente no Brasil, do que foram em 2012. Prevemos crescimento de demanda de 4% no mercado brasileiro e para a região latina como um todo.
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Valor: E nos Estados Unidos?
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De Paula : Para os EUA e Canadá, a nossa projeção é menor, em torno de 2,5%. O PIB americano deverá ficar entre 1,7% e 2%, apesar da melhora na indústria automotiva, de construção imobiliária, de energia e de óleo e gás.
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Valor: Com qual nível de ocupação da capacidade estão operando as usinas de aços longos do grupo?
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De Paula : No Brasil e Argentina, a utilização da capacidade está acima de 90%. Em outros países da região também está boa. Já nos Estados Unidos é de 76%.
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Valor: O senhor avalia que as medidas tomadas pelo governo brasileiro, como manutenção do IPI rebaixado para automóveis, vão surtir efeitos no consumo de aço?
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De Paula : Creio que vamos nos beneficiar da elevação da alíquota sobre material importado – exemplo do fio-máquina -, de mais projetos de infraestrutura, do aumento da venda de caminhões, das obras e eventos para Copa do Mundo e com o estímulo ao consumo em alguns setores, como o de automóveis.
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Valor: A empresa tem exportado quanto da produção?
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De Paula : Nosso alvo é o mercado interno, para onde destinamos 90% das vendas. A diferença que exportamos é formada de produtos de alto valor agregado, como aço para fabricação de molas e o “steel cord” [para pneus].
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Valor: O excesso de capacidade de produção de aço no mundo é um dos problemas que as siderúrgicas enfrentam nos últimos tempos.
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De Paula : É um grande problema para o setor no mundo. A China e países da Europa estão exportando material com preços deprimidos, afetando os mercados e as margens da nossas empresas. Na região há uma entrada forte de aço chinês (fio-máquina) e turco (vergalhões). O produto chinês invade principalmente o Nafta (Canadá, EUA, México) e a América Central, com frete mais competitivo. Mas chega também ao Brasil. Os chineses querem garantir volume de venda de excedente de suas fábricas. Os turcos importam sucata dos EUA e Europa, levam para fábricas em zonas francas marítimas, produzem o aço, põem em navios e exportam para países como Brasil.
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Valor: A ArcelorMittal tinha um plano de duplicar a produção de fio-maquina com uma nova linha em Monlevade. Como está o projeto?
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De Paula : Ainda estamos avaliando as condições de mercado. No ano passado a previsão era que o PIB brasileiro crescesse 4%. Terminou em 0,9%. E o consumo de aço do país subiu apenas 1%. Quando houver sustentação do mercado, decidiremos. Até porque queremos manter nossa participação de mercado nas vendas de aços longos no Brasil, que fica em torno de 30%. Toda a terraplenagem da obra está pronta e também as bases civis. Cerca de 90 dos equipamentos estão comprados. Já investimos US$ 700 milhões na obra. Vamos precisar de só um ano e meio para entrar em operação a partir da decisão.
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Valor: Quanto está previsto de investimento no Brasil neste ano?
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De Paula : Aproximadamente o mesmo valor, ou um pouco menos, do ano passado, que foi de R$ 560 milhões. São investimentos correntes, que não contemplam expansões de capacidade. O Brasil ficará com cerca de dois terços dos US$ 350 milhões previsto para as Américas. A divisão de aços longos Brasil foi eleita pelo “board” como é um dos três “negócios de marca” (franchises businesses) do grupo. As outras duas são aços planos de alta performance para o setor automotivo e a área de mineração de ferro.
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Fonte: Valor Econômico
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