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Para a nova Glencore Xstrata, é hora de arregaçar as mangas

3 de maio de 2013

Agora que seu negócio de US$ 66 bilhões cruzou a linha de chegada, Ivan Glasenberg, diretor-presidente da recém-criada Glencore Xstrata PLC, está mais preocupado com o futuro do que celebrar o feito de que ele e seu grupo

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Agora que seu negócio de US$ 66 bilhões cruzou a linha de chegada, Ivan Glasenberg, diretor-presidente da recém-criada Glencore Xstrata PLC, está mais preocupado com o futuro do que celebrar o feito de que ele e seu grupo de operadores de commodities passaram a ter o controle de uma das cinco maiores mineradoras do mundo.

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Com o início da negociação das ações da Xstrata Glencore hoje, o foco é integrar as duas empresas, extrair cada gota de lucro possível e manter o olho aberto para o próximo bom negócio. “Nenhuma champanhe será aberta”, disse em entrevista ao The Wall Street Journal o ex-negociador de carvão de 57 anos que dirigia desde 2002 a Glencore International PLC. “É fácil comprar. [Difícil é] Provar que você comprou na hora certa e pelo preço certo. Eu nunca abro uma champanhe depois de fechar um negócio. Os banqueiros é que fazem isso.”

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Glasenberg disse que teme a possibilidade de que o acordo com a Xstrata, negociado durante anos, possa terminar sendo um fracasso épico. É “exatamente o que eu temo todos os dias”, disse ele minutos após a fusão ter sido formalmente aprovada. “Se os preços das commodities permanecerem baixos, vão dizer que eu estava errado.”

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Na entrevista, o executivo sul-africano não deixou dúvida de que a nova empresa vai manter o DNA agressivo e inovador da velha Glencore. Glasenberg mostrou que está tentando se ajustar à liderança de uma empresa de capital aberto – e que isso é difícil. Ele deixou claro que sua equipe tem absoluto controle, dizendo que a Glencore “ainda é de certa forma uma firma de capital fechado” graças à grande participação acionária de empregados.

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Glasenberg disse que o sucesso da nova empresa dependerá da força dos preços de commodities como o cobre, o zinco e o carvão, que caíram desde que a fusão foi anunciada em fevereiro de 2012, provocando um recuo de 38% na ação da Glencore International. As duas empresas estavam praticamente no mesmo nível em termos de zinco e cobre, mas não no carvão, onde a Xstrata tinha uma presença maior.

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“É uma grande aposta no carvão”, disse Glasenberg. “Para que isso realmente dê errado, o preço do carvão tem que afundar.”

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A Glencore Xstrata tem um plano de integração de 100 dias. Glasenberg disse que visitou todas as principais operações da Xstrata nos últimos cinco meses, descobriu que há duplicação de tarefas-chave e planeja demitir uma “grande quantidade” de gerentes de nível médio da Xstrata. Segundo ele, pelo menos seis altos executivos da Xstrata já pediram demissão. “Mas todos os gerentes de minas vão ficar.”

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 Glasenberg não quis dar um número específico de demissões. “Vai ser grande”, disse. “Nós não vemos razão para estas enormes unidades de negócios.”

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A Glencore Xstrata vai cumprir os planos de investimentos traçados separadamente pelas empresas até 2015, quando então vai reavaliá-los. Entre os novos projetos de cobre da Xstrata estão Tampakan, nas Filipinas, Alumbrera e El Pachón, na Argentina, e o Frieda River, em Papua Nova Guiné. “Se os custos forem muito altos, talvez tenhamos que vendê-los”, disse, em referência a projetos que a empresa teria de construir do zero.

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Ao mesmo tempo, a empresa não deve se apressar para fazer grandes aquisições, embora já tenha sido considerada uma potencial interessada em mineradoras como a Rio Tinto PLC e a Eurasian Natural Resources Corp. Com uma dívida líquida de US$ 30 bilhões em seu balanço (até 31 de dezembro), “não dá para fazer aquisições maciças, a menos que os preços das commodities realmente disparem. Sempre estamos de olho em oportunidades. Mas não estamos agressivamente buscando ativos.”

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Caso compre alguma coisa, Glasenberg disse que o alvo seria determinado pelo valor do negócio em vez do preço do metal que está sendo produzido.

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Glasenberg possui 8% da nova empresa, o que levantou preocupações de que ele poderia precisar de um contrapeso no comando. Ele afirmou que vai apoiar um conselho de administração que possa vigiá-lo.

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Glasenberg disse que, ao analisar onde comprar minas, ele não prefere países mineradores ricos mais estabelecidos, como a Austrália e o Canadá, às economias emergentes como a República Democrática do Congo ou a Colômbia. “Eles podem ser países que oferecem mais riscos, mas estão me dando grandes retornos”, disse. “Esses ativos gigantescos [como os da Austrália e do Brasil] não estão me dando grandes retornos porque tiveram grandes excessos de custos.”

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Uma grande razão para a empresa preferir esses mercados é que em lugares como o Congo “somos mais importantes para o país e acreditamos que o país tem menos chance de nos prejudicar que alguns dos países onde não somos tão importantes”, disse.

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A Austrália impôs um imposto de mineração de 45%, o que é semelhante a uma “expropriação”, disse ele, um risco tão grave quanto qualquer coisa que possa acontecer no Congo. “Uma vez que os governos mudam as regras, sejam expropriações, impostos, royalties ou o que for, eles estão sugando os lucros dos seus negócios”, disse.

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Fonte: Valor Econômico

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