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17 de janeiro de 2014

Mais importante estado minerador do país, responsável pela extração anual de minério de ferro que ultrapassa 160 milhões de toneladas, Minas vai sediar em fevereiro o 1º Fórum Brasileiro de Minera

Mais importante estado minerador do país, responsável pela extração anual de minério de ferro que ultrapassa 160 milhões de toneladas, Minas vai sediar em fevereiro o 1º Fórum Brasileiro de Mineração. Entre 2001 e 2011, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a produção mineral no país cresceu 550%, passando de 7,7 bilhões de dólares para 50 bilhões.  “Um dos grandes desafios do setor atualmente é estabelecer um novo marco regulatório que distribua de maneira mais justa a riqueza gerada por esses recursos naturais aos municípios e estados mineradores”, diz o governador Antonio Anastasia, que presidirá o fórum a ser realizado em Belo Horizonte. 
 
E a expectativa do empresário João Doria Jr., do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), organizador do evento, é que a principal pauta do fórum sejam as implicações do novo Código de Mineração Brasileiro (projeto de lei nº 5.807/2013), que estabelece parâmetros para o marco regulatório da atividade mineral e deve ser votado na Câmara dos Deputados ainda neste primeiro semestre. “Esse projeto atualizará o código vigente desde o regime militar, em 1967, de acordo com as necessidades e demandas exigidas pelo crescimento da atividade. Abordaremos também o futuro e o desenvolvimento da mineração no Brasil e ações sustentáveis para o setor”, diz Doria. 
 
O fórum, que será aberto pelo ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, reunirá cerca de 400 empresários do setor, presidentes de grandes mineradoras e construtoras, autoridades políticas e especialistas. João Doria Jr. acredita que o evento resultará em um posicionamento mais integrado do setor sobre o novo código. “E, como consequência, em uma pressão legítima no Congresso para a sua aprovação. O fórum vai estabelecer relacionamentos e esclarecimentos para o desenvolvimento do setor de mineração.” 
 
O governador Anastasia lembra que, hoje, a mineração é parte importante da base econômica diversificada do estado, que favorece sua capacidade de continuar arrecadando tributos, manter desempenho fiscal adequado e sólida administração financeira. Além de liderar a produção brasileiro de minério de ferro, aponta ainda, Minas é o maior produtor e o maior exportador mundial de ferronióbio e o maior produtor de aço do país. “Somos também campeões nacionais na exportação de ferros-liga, ouro e silício. Apesar das condições econômicas adversas no cenário externo, a exportação do minério de ferro mineiro cresceu 11,5% em 2013, em comparação a 2012. O minério foi responsável por 48,4% das exportações do estado em 2013, atingindo 171,89 milhões de toneladas e o total de 16,08 bilhões de dólares”, diz o governador.
 
Presidente da Vale, maior produtora de minério de ferro e segunda maior produtora mundial de níquel, Murilo Ferreira acredita que o governo tem uma agenda para modernizar o arcabouço regulatório e promover o desenvolvimento do setor para que haja novos investimentos. “A empresa acredita que vai ter uma regra de transição que apresentará um viés muito interessante. Também está confiante em relação ao novo marco da mineração no Brasil, de tal forma que não crie constrangimentos, mas que traga motivação para os investimentos.”
 
Com sede no Brasil e presente em mais de 30 países, a Vale é uma das maiores empresas de metais e mineração do mundo e a maior das Américas. Para manter sua estratégia de crescimento, a empresa informa que opera um grande sistema logístico no Brasil e em outras regiões do mundo, incluindo ferrovias, terminais e portos, integrados às suas atividades. Além disso, conta com portfólio de ativos de frete marítimo para transportar minério de ferro para os clientes asiáticos.
 
Com matriz em Joanesburgo, na África do Sul, a AngloGold Ashanti, produtora de ouro, ácido sulfúrico e prata, está presente em 11 países. No Brasil, mantém 4,2 mil empregos diretos em Minas Gerais e Goiás. Na avaliação do vice-presidente da AngloGold Ashanti Américas, Hélcio Guerra, a indústria mineral brasileira registrou, ao longo da última década, crescimento vigoroso, graças às mudanças socioeconômicas que o país vivencia. “O potencial mineral do Brasil é bastante expressivo, garantindo a posição de grande player na indústria mundial. A mineração é um dos setores que mais investem no país”, pondera ele. 
 
Quanto a Minas Gerais, estado em que a AngloGold Ashanti mantém unidades de negócio em Sabará, Nova Lima e Santa Bárbara, Hélcio Guerra lembra que a atividade está presente ao longo de toda a história do estado. “A mineração ainda se configura como uma das atividades econômicas mais importantes do estado, onde, segundo o Ibram, há hoje mais de 300 minas em operação, incluindo 40 das 100 maiores do país, sendo que dos 10 principais municípios mineradores, 7 estão em Minas Gerais”, aponta. 
 
Hélcio Guerra avalia que a realização do 1º Fórum Brasileiro de Mineração, em Belo Horizonte, é oportuna porque virá em um momento em que o país discute questões significativas para o setor. Em sua opinião, tratar da elaboração do novo Código da Mineração é importante. “A discussão é necessária. O marco regulatório afeta toda a sociedade e deve ser construído de forma a atender a todos os atores envolvidos. A comissão especial que discute o assunto está tendo o cuidado de ouvir os públicos de interesse e isso tem tornado a discussão cada vez mais rica e efetiva”, defende. 
Para o presidente da Samarco – uma das principais empresas de mineração do Brasil, que tem como acionistas a Vale S.A e a BHP Billinton Brasil, produtora de pelotas de minério de ferro, fundada em 1977, com unidades industriais em Minas e no Espírito Santo e clientes em mais de 25 países –, Ricardo Vescovi, em termos de desenvolvimento tecnológico, a mineração brasileira – “e Minas Gerais é a locomotiva desse processo” – está em patamar de igualdade com países de grande tradição no setor, como Austrália e Canadá. “Conseguimos colocar nosso produto no mercado a preços competitivos e com qualidade, muitas vezes, superior a dos nossos principais concorrentes.”
 
Em relação ao comportamento do mercado, pondera Vescovi, o cenário ainda se mostra instável. “Mas continuamos acreditando em um futuro promissor. Acompanhamos o desenrolar dos fatos na Europa e nos Estados Unidos e torcemos por uma solução que traga o crescimento de volta.” Por outro lado, vê a expansão econômica e investimentos surgindo em outros pontos do mundo. Afinal, mesmo com as incertezas, as necessidades de infraestrutura, em especial nos países em desenvolvimento, continuam exigindo soluções. “Temos a expectativa de retomada da produção de aço nos Estados Unidos, com o uso do gás de xisto, por exemplo, além de um desempenho positivo da economia chinesa, maior consumidora de ferro do mundo. Mesmo assim, acredito que 2014 ainda será um ano desafiador e austero, que exigirá muita atenção das empresas.”
 
Líder no segmento de aços longos nas Américas e uma das principais fornecedoras de aços longos especiais do mundo, a Gerdau, com seus mais de 45 mil colaboradores, mantém operações industriais em 14 países, somando capacidade instalada superior a 25 milhões de toneladas por ano. Recentemente, a empresa passou também a atuar na produção própria de aços planos e expandiu as atividades com o minério de ferro no Brasil. 
 
O vice-presidente executivo das Operações de Negócios da Gerdau no Brasil, Manoel Vitor, diz que, apesar de a mineração ser uma importante fonte de desenvolvimento para o país, a atividade enfrenta desafios por aqui, onde passa por altos custos para a realização de investimentos, estrutura logística deficitária, dificuldades de obtenção de licenças e, ainda, a questão tributária, o que dificulta a competitividade do negócio. 
 
“Mesmo com essas dificuldades, é importante salientar que as empresas do setor investem fortemente em iniciativas que contribuem para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde estão presentes”, afirma Manoel Vitor. Na sua avaliação, a realização de eventos como o Fórum Brasileiro de Mineração é fundamental para o crescimento do setor. “A troca de experiências fortalece os participantes e contribui para o estabelecimento de iniciativas e soluções que agreguem valor à área de mineração”, diz o vice-presidente da Gerdau. Ele é defensor também de que o Código de Mineração seja modernizado, “de forma a contribuir efetivamente para a competitividade dos negócios e a promoção do desenvolvimento sustentável do Brasil”.

 

Fonte: Revista Viver Brasil

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