Pará vai abrigar maior parque de cavernas em rochas ferríferas do mundo
19 de julho de 2017
A iniciativa atende a uma das condições específicas de validade da licença concedida pelo Ibama à mineradora para operação do Complexo S11D Eliezer Batista, em Canaã dos Carajás
Imagina uma área verde equivalente a 80 mil campos de futebol, com registros arqueológicos das primeiras ocupações humanas na Amazônia, repleta de cavernas, lagoas, fauna e flora que só existem em regiões ferríferas. Assim é o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, mais novo atrativo das belezas naturais do Pará. O local será o maior parque de cavernas em rochas ferríferas (com presença de minério de ferro) do mundo. São 377 cavidades, que abrigam espécies raras da região. A iniciativa, fruto de parceria entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Vale, atende a uma das condições específicas de validade da licença concedida pelo Ibama à mineradora para operação do Complexo S11D Eliezer Batista, em Canaã dos Carajás.
Com a criação do parque, uma área de 80 mil hectares passa a ser protegida de forma integral. As atividades de educação ambiental, lazer, pesquisa científica e turismo ecológico serão realizadas somente sob a coordenação do ICMBio no local. O decreto de criação do Parque foi assinado pelo Governo Federal, no dia 5 de junho.
Os campos ferruginosos vão se unir a uma área de mais de 1,2 milhão de hectares de Floresta Amazônica – dez vezes o tamanho de Belém – que a Vale ajuda a proteger no Pará, desde 1985, quando iniciou as operações no estado. Historicamente, o sudeste do Pará é uma área de paisagem bastante modificada por atividades como a agropecuária e, portanto, possui poucos remanescentes florestais. Imagens de satélite demonstram que praticamente as únicas áreas de floresta amazônica ainda preservadas na região estão localizadas em um conjunto de unidades de conservação de Carajás mantido pelo ICMBio com o apoio da mineração, por meio da Vale.