Parceria com a USP viabiliza pista-teste feita com pavimento de concreto
1 de fevereiro de 2016
O trabalho está sendo realizado pelo Departamento de Engenharia de Transportes da Poli-USP e conta com a parceria de umpool de empresas liderado pela Votorantim.
A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo concluiu no dia 26 de janeiro a pavimentação de um trecho de pista de concreto, onde será testado, pela primeira vez no Brasil, esse tipo de pavimento rígido continuamente armado para uso em estradas, aeroportos e corredores de transporte público. O trabalho está sendo realizado pelo Departamento de Engenharia de Transportes da Poli-USP e conta com a parceria de umpool de empresas liderado pela Votorantim.
O teste consiste na construção de uma “estrada-teste” na Avenida Mello Moraes, na Cidade Universitária, ao lado da raia olímpica da USP, com uma extensão total de 200 metros. A obra será agora objeto de análise científica ao longo de um período de cinco anos, passando por diferentes tipos de avaliações.
Segundo o chefe do departamento de Engenharia de Transportes da Poli-USP, professor José Tadeu Balbo, responsável pelo estudo, o modelo em questão tem uma durabilidade e resistência muito maior que o asfalto. “Devido à resistência do concreto, este padrão de pavimento praticamente dispensa gastos de manutenção da estrada por um período muito mais longo que os pavimentos em asfalto”, afirma o prof. Balbo.
O pavimento é inspirado em experiências de construção das interstatehighways americanas, modelo que contribuiu para o desenvolvimento da indústria de base dos EUA e para a ampliação da capacidade competitiva da economia americana, principalmente a partir do pós-guerra (década de 1950). “Questões como acesso à tecnologia, transferência de conhecimentos acadêmicos e custos de construção sempre limitaram a importação e aplicação deste modelo de rodovias no Brasil”, diz o prof. Balbo. A parceria da universidade com a iniciativa privada viabilizou esse teste inédito no Brasil.
Segundo o gerente geral de Relações Governamentais da Votorantim, Lucélio de Moraes, “a construção da pista-teste da USP traduz as sinergias do modelo de atuação da companhia em prol do desenvolvimento da indústria brasileira”. A parceria com a USP envolveu o fornecimento de produtos e serviços da Votorantim. Foram usados na pista-teste dois tipos de vergalhões de aço da Votorantim Siderurgia, um deles submetido ao processo de galvanização com zinco fornecido pela Votorantim Metais, e quatro tipos de concreto fornecidos e aplicados pela Votorantim Cimentos.
Uma das inovações da pesquisa é o fato de a pista-teste ser um longo trecho sem juntas, como ocorre com o pavimento de concreto convencional. Isso aumenta o conforto e a segurança ao se dirigir, além de reduzir os custos com o desgaste dos veículos.
A pesquisa prevê a avaliação da pista-teste inicialmente num período entre seis meses a 1 ano, submetida ao tráfego normal de carros e ônibus de linha que circulam pela Cidade Universitária. A liberação para a circulação dos veículos deve ocorrer em cerca de um mês. Durante os testes, será observado o padrão das fissuras geradas pela rodovia nas condições de clima e frequência de uso característicos do local.
Por fim, ao longo de cinco anos, os pesquisadores irão verificar os níveis de oxidação do aço que dá armação à base do pavimento. Nos 200 metros de pista-teste, metade do aço foi galvanizada e a outra metade não teve o mesmo tratamento – com o objetivo de comprovar cientificamente a resistência à corrosão de cada um deles ao longo do tempo.
Votorantim