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Perda da liderança em exportações é um caminho sem volta para o País

22 de maio de 2013

 Apesar de possuir a maior área com potencial de exploração de minérios, segundo estudiosos, o Brasil perdeu o posto de maior exportador desse tipo de commodity, negócio considerado altamente rentável. E

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 Apesar de possuir a maior área com potencial de exploração de minérios, segundo estudiosos, o Brasil perdeu o posto de maior exportador desse tipo de commodity, negócio considerado altamente rentável. E não há perspectivas de reversão do quadro, afirmam especialistas consultados pelo DCI. “O Brasil ainda está longe de uma eficiência comprovada e de possuir competitividade na indústria mineral”, diz o economista Gilberto Calaes, que atua há 40 anos no setor.

Tanto Calaes como outros especialistas apontam o precário mapeamento geológico brasileiro como um dos principais gargalos para a atração de investimentos e consequente aumento das exportações de minérios. “O levantamento do território brasileiro é um estudo altamente especializado que requer altas cifras e profissionais com formação específica. No Brasil, pouco se investiu, tanto por parte do governo quanto por parte das instituições de ensino”, afirma o geólogo Juarez Fontana, professor do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), de Santos (SP).

 A partir de 1995, o Brasil despontou como grande exportador global de minérios – principalmente de ferro – impulsionado em larga escala pelos planos de crescimento da China. Com a privatização da Vale dois anos depois, as vendas externas cresceram vertiginosamente no País e explodiram em meados de 2004, quando se iniciou o chamado boom de commodities.

 “O minério de ferro foi o principal sopro de prosperidade do País no início do milênio com o crescimento das exportações”, destaca Calaes. Porém, o Brasil sempre competiu fortemente com a Austrália, que possui continentalidade territorial, investe fortemente na atividade minerária e está praticamente ao lado da China. No entanto, não só esses fatos desfavorecem o Brasil.

 “Dois grandes players internacionais, que são Austrália e Canadá, estimulam muito a mineração. Até mecanismos específicos de captação em bolsas de valores esses governos têm”, ressalta Calaes. Além da proximidade com a China, a Austrália investe fortemente em infraestrutura e logística. O país também possui menos entraves para empresas que queiram investir na mineração.

“A Austrália teve a capacidade de se preparar melhor que o Brasil, que, além dos gargalos logísticos, possui uma das legislações ambientais mais morosas do mundo”, afirmou o diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Tunes.

 Ele aponta ainda outros problemas estruturais graves para alavancar de vez a mineração no País. “Empresas instaladas no Brasil têm que lidar com elevada carga tributária, folha de pagamento extremamente cara e ainda por cima o apagão de mão de obra do setor”, salienta Tunes.
 Para Calaes, o Brasil tem um potencial enorme de exploração de minérios.

“Nossas áreas minerais podem facilmente ser maiores que as do Canadá e da Austrália”, destaca o especialista. Porém, para o economista e ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, Paulo Haddad, é preciso investir. “É importante diferenciar potencial físico do econômico. O desenvolvimento de algumas áreas só acontece com pesados investimentos em tecnologia e mão de obra especializada”, afirma o consultor do Banco Mundial.

 E apesar dos elevados aportes de mineradoras instaladas no Brasil, a questão logística ainda é um ponto negativo para a atividade no País. O frete marítimo, apesar de relativamente baixo, não é o único custo a ser levado em conta dentro de uma transação, já que o tempo entre a fatura do pedido e a entrega do produto na porta das fábricas chinesas – maior consumidor do minério brasileiro – é considerado longo, de quase seis meses, o que acarreta custos adicionais com o cálculo de perdas cambiais.
 
 
Marco regulatório

 Para o consultor da indústria mineral José Mendo, o novo marco regulatório do setor, que tramita no Congresso desde 2010, pode afastar investimentos. “O royalty da mineração realmente é baixo no País em comparação ao resto do mundo. Porém, o aumento da alíquota previsto no texto do código pode afugentar investimentos. É preciso lembrar que o governo pode mexer na tributação, mas o preço da commodity continua o mesmo”, afirma Mendo.

No médio prazo, afirma o diretor do IBRAM, a indústria mineral brasileira não voltará ao posto de maior exportador de minérios, mesmo tendo todas as condições. “Não vejo uma mudança significativa para o Brasil. Apesar de enxergarmos uma movimentação do governo nesse sentido, isso não acontece da noite para o dia”, diz Tunes. Ele ressalta ainda que nem as ações básicas que deveriam ser feitas não estão ocorrendo, como o mapeamento do território nacional.

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Fonte: Diário Comércio Indústria e Serviços

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