Durou pouco a valorização dos preços das commodities industriais que, no início do ano, chegou a dar ares de recuperação. No fim do primeiro trimestre, os metais e o petróleo voltaram a mergulhar no qu
Durou pouco a valorização dos preços das commodities industriais que, no início do ano, chegou a dar ares de recuperação. No fim do primeiro trimestre, os metais e o petróleo voltaram a mergulhar no que já está sendo considerado, por alguns analistas, como um novo vale de preços. Pressionados pela desaceleração da demanda global, hoje os metais estão no mesmo patamar do segundo semestre de 2009, ano considerado o pico da crise financeira global. O petróleo tipo Brent, por sua vez, retornou aos níveis do fim de 2010. E, o cenário para os próximos meses não é animador. O desempenho dessas commodities, em geral, tende a permanecer fraco no segundo semestre. A maioria dos analistas prevê certa estabilidade nos preços, mas o viés negativo continua rondando esses mercados.
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A grande virada na tendência de alta que os metais estavam desenhando no início do ano é bem marcada no cobre. Na Bolsa de Metais de Londres (LME), o metal apresentou valorização de 11,51% no primeiro trimestre, número mais que compensado pela queda de 12,22% no segundo trimestre (até ontem), que fez com que o cobre voltasse à estaca zero. No ano até agora, o metal acumula perdas de 2,11%, tendo fechado a sessão de ontem aos US$ 7.410 por tonelada. Vale lembrar que o Brasil é autossuficiente em cobre.
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Mas, os maiores declínios são verificados no alumínio – com queda de 6% no ano – e no níquel – que acumula perdas de 10% na comparação com o fim de 2011. O Brasil é exportador de níquel e
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autossuficiente em alumínio. Globalmente, se verifica nesses segmentos um descompasso nos fundamentos econômicos e é justamente esse fator que tem guiado as decisões dos investidores.
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Diferentemente do que se via no fim de 2011 – quando os preços eram mais influenciados pelas flutuações do mercado financeiro – agora as commodities passam a ser guiadas pela percepção de que a demanda global já desacelera. “Os agentes perceberam que a demanda real está fraca, o que vai além das expectativas. Isso estimulou o movimento de vendas”, afirmou de Londres, o analista do Standard Bank, Walter de Wet.
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A Europa e a China são as grandes fontes de pressão para as commodities. A piora da situação dos bancos europeus, a necessidade de liquidez dos mercados e as preocupações com relação ao futuro da Grécia, em meio às eleições, foram alguns dos fatores que elevaram às alturas a aversão ao risco do mercado. Na China, a maior preocupação é com os indicadores econômicos, que têm evidenciado a franca desaceleração do gigante consumidor de commodities.
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O mesmo cenário foi o que empurrou as cotações do petróleo ladeira abaixo. Depois de valorização de 14,23% no primeiro trimestre, o Brent perdeu 25,09% no segundo trimestre. No ano, o declínio já soma 14,43%. Ontem o barril do Brent fechou aos US$ 91,45. “E dificilmente essas commodities apresentarão forte recuperação nos próximos meses. Não há espaço para isso”, afirmou o sócio da consultoria Ernst&Young Terco, Alexandre Rangel.
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Para os metais, o Goldman Sachs reduziu as projeções de preços para os próximos três meses. Considerando uma melhora no ambiente macroeconômico global, os analistas do banco preveem que o cobre deve subir, para os US$ 8 mil por tonelada (antes as projeções apontavam para US$ 9 mil por tonelada). Segundo relatório recentemente divulgado pela instituição, o consumo chinês deve voltar a ter estímulos com os investimentos do setor de construção civil.
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Do lado da oferta, por sua vez, o mercado global de cobre está verificando um déficit de produção, que chegou a 273 mil toneladas no primeiro trimestre, segundo dados do Grupo Internacional de Estudos do Cobre (ICSG, na sigla em inglês), bem mais alto do que as 13 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado.
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O alumínio deve avançar para US$ 2,2 mil por tonelada, enquanto o níquel subirá para US$ 17 mil por tonelada. Para esses metais, as perspectivas apontavam para US$ 2,4 mil e US$ 18,6 mil por tonelada, respectivamente. Para esses metais, o banco acredita que a oferta ficará mais restrita diante dos cortes de produção anunciados pelas empresas abaladas pela queda nos preços.
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Já para o petróleo, as projeções são mais otimistas. O mercado, segundo o Goldman Sachs, deve sair da situação de excesso de oferta para um aperto, principalmente diante da possibilidade de que sanções ao Irã – país grande fornecedor – entrem em vigor em julho, diante dos temores do ocidente com relação ao programa nuclear do país. Para esses analistas, as cotações podem voltar para o patamar dos US$ 120 o barril até o fim do ano. Há, no entanto, quem não enxergue o cenário com esse otimismo. “As perspectivas para as commodities em geral são de estabilidade, com viés de baixa. O aprofundamento da crise é o cenário mais provável”, afirmou Rangel, da Ernst&Young Terco.
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Fonte: Valor Econômico
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