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Pesquisa da USP comprova viabilidade da reciclagem de entulho

30 de janeiro de 2014

A viabilidade da reciclagem de entulho por meio da mineração urbana foi verificada pela Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), em estudo divulgado no último dia 27. Segundo a pesquisa, as cida

A viabilidade da reciclagem de entulho por meio da mineração urbana foi verificada pela Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), em estudo divulgado no último dia 27. Segundo a pesquisa, as cidades brasileiras podem fornecer brita e areia recicladas para a indústria da construção civil, de forma complementar aos agregados naturais, a partir de Resíduos de Construção e Demolição (RCDs).

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De acordo com Francisco Mariano Souza Lima, engenheiro responsável pelo estudo, o gerenciamento de resíduos é afetado por aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela lei federal 12.305, de 2 de agosto de 2010. “As empresas da cadeia da indústria da construção civil tornam-se responsáveis pelos custos do gerenciamento dos RCDs desde a geração até o descarte final ou a reciclagem. A lei incentiva a criação de mecanismo de mercado para o gerenciamento destes resíduos. A supervisão do serviço é feita pelos municípios e a reciclagem pode ser realizada por empresas privadas”, afirmou.

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O manejo dos resíduos é muito diferenciado nos municípios brasileiros. De um total de 5.564 municípios, 3.639 realizam pelo menos a coleta destes resíduos. No entanto, entre as cidades que fazem o manejo de RCDs, somente 79 possuem alguma forma de reaproveitamento, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008, que estão expostos no Plano Nacional de Saneamento Básico.

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O estudo foi realizado a partir de uma modelagem teórica baseada na análise do conteúdo e da destinação dos resíduos nas cidades de Macaé, no Rio de Janeiro, Maceió, em Alagoas e São Paulo. “Estima-se que a geração de entulho no Brasil é da ordem de 100 milhões de toneladas por ano. A estimativa baseia-se na geração por habitante de 0,5 toneladas por ano, comprovada pela pesquisa na cidade de Macaé”, disse Souza Lima.

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Segundo o engenheiro, o sentido econômico de minerar é conferir valor a um minério que está misturado em geral a outros. “Os RCDs ganham valor quando são tratados por técnicas de separação mineral e a fração mineral que nos interessa nos entulhos volta como mercadoria no mercado de agregados. A industrialização e a própria urbanização alocou este processo de valorização nas cidades”, disse.

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A pesquisa fez a modelagem dinâmica nas três cidades durante um período de 20 anos, analisando desde a geração até o descarte ou a reciclagem dos resíduos, considerando os diferentes conteúdos dos resíduos amostrados. “Os resultados mostram a heterogeneidade das cidades amostradas no tocante a qualidade dos RCDs originários de distintos processos de urbanização. O modelo de custo-benefício mostra que os benefícios superam os custos na seguinte ordem: São Paulo, Macaé e Maceió”, afirmou Souza Lima.

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Segundo o pesquisador, em Macaé, as plantas móveis de reciclagem são mais viáveis do que as fixas e a cidade de São Paulo, devido ao maior volume de resíduos e maiores estímulos à reciclagem, é a única entre as três que não precisa de subsídios para implantar o sistema. “O modelo de viabilidade mostra que a qualidade do resíduo tem considerável influência na viabilidade das empresas de reciclagem. Os fatores mais sensíveis ao modelo de viabilidade são, pela ordem, o valor cobrado pelo terreno, a taxa cobrada na entrada dos RCDs na planta de reciclagem, os custos de operação da planta e os impostos em vigor”, disse.

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Souza Lima afirmou que o modelo testado pode ser aplicado para qualquer cidade brasileira e propõe o conceito de “indústria recicladora emergente”. Segundo ele, em São Paulo, um grande número de empresas recicladoras privadas constituíram a Associação Brasileira para Reciclagem dos Resíduos de Construção e Demolição (Abrecon), fundada em 2011.

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O trabalho do engenheiro Francisco Mariano Souza Lima teve orientação do professor Arthur Pinto Chaves, do Departamento de Engenharia de Minas da Poli. As informações são da Agência USP de Notícias.

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Fonte: Notícias de Mineração Brasil

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