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Plano Diretor vai potencializar setor mineral no Amazonas

15 de setembro de 2014

O setor de exploração e transformação mineral deverá ganhar nos próximos anos novo contorno. Entre as apostas, está o fortalecimento da produção de fertilizantes para atender ao agroneg&o

O setor de exploração e transformação mineral deverá ganhar nos próximos anos novo contorno. Entre as apostas, está o fortalecimento da produção de fertilizantes para atender ao agronegócio brasileiro. Até o final do ano o Conselho Estadual de Geodiversidade deve apresentar o Plano Diretor Mineral e de Óleo e Gás do Amazonas  2014 a 2030, que contempla, entre outros segmentos minerais, o de fertilizantes, com objetivo de fortalecer uma grande cadeia produtora do composto NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), um dos principais nutrientes da produção de alimentos.

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Para fortalecer e dotar o Estado de infraestrutura capaz de viabilizar o ambicioso plano, segundo o secretário da Secretaria Estadual de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEMGRH), Daniel Nava, o Plano Diretor Mineral, sugere a construção de um porto de maiores dimensões na área da foz do rio Madeira, entre os municípios de Autazes, Nova Olinda do Norte, Urucurituba e Itacoatiara. O porto de grande porte vai receber a produção de potássio extraído do mineral silvinita, cujo projeto de exploração está em andamento para ser consolidado no município de Autazes. O local deve movimentar cerca de 2 milhões de toneladas por ano. Por isso, deve contar com melhorias, disse.

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Além do porto, o local ainda vai precisar de melhorias nas hidrovias para facilitar o escoamento do potássio. ɠpreciso ainda fortalecer os investimentos nas hidrovias. A ideia é que as cargas de grãos oriundos do Centro-Oeste cheguem ao Amazonas e que as balsas com os contêineres retornem carrega dos de potássio. É uma boa interligação entre o Estado e a região do errado, na qual o Estado aproveitará e fortalecerá principalmente os modais fluvial e rodoviário, explica Nava.

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O secretário explica que essa grande produção de potássio viabiliza vários projetos industriais que também devem ser trabalhados paralelamente à produção de potássio, que é a produção do NPK, que segundo ele, será complementado com a extração do nitrogênio a partir do gás natural, com grande concentração no Amazonas. O fósforo pode vir de outros entes federativos, extraídos em Tocantins, por exemplo. Isso permite que pensemos a possibilidade de fazer a composição do NPK no Amazonas. Podemos extrair os dois componentes e ter um produto de maior valor agregados e de extrema necessidade à produção de alimentos, frisou.

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Potássio

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De acordo com o secretário de Mineração, com relação à produção de potássio, o Amazonas é detentor de uma reserva de classe mundial, cujos estudos de prospecção realizados pela Petrobras e da empresa Potássio do Brasil, apontam uma reserva de 2 bilhões de toneladas de silvinita, com viabilidade comercial. A reserva está localizada entre 800 e 1.400 metros no subsolo dos municípios amazonenses de Nova Olinda do Norte, Autazes, Itacoatiara, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Parintins, Urucará e Maués, seguindo em direção do Oeste paraense.

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A reserva de silvinita é o resto de um grande mar que evaporou e solidificou entre 306 e 250 milhões de anos durante a Era Paleozóica. O potássio é um mineral estratégico à produção de alimentos. O Brasil importa cerca de 92% do mineral que representa um volume de 8 e 10 milhões de toneladas anuais. Em 2013, as importações de potássio somaram US$ 3,324 bilhões e de NPK US$ 2,628 bilhões. O Brasil só produz cerca de 8% da de manda de potássio, cujo único Estado produtor é Sergipe, em uma mina da Petrobras cedida à companhia Vale.

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Plano fortalece e fomenta mineração

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O Plano Diretor Mineral e de Óleo e Gás no Amazonas 2014 a 2030 deverá ser concluído até o final do ano. O projeto tem o objetivo de fortalecer e fomentar o setor mineral e de extração de gás natural no Amazonas. O titular da SEMGRH, explica que a elaboração do projeto está em fase conclusiva. Os trabalhos tiveram início em 2011. Órgãos como a Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o CPRM (Serviço Geológico do Brasil), a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico), entre outros, também participam da elaboração do Plano.

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O projeto, que tem como base o Atlas de Geodiversidade do Amazonas, publicado em 2010, apresenta metas de ações que devem ser trabalhadas até 2030. Os assuntos a serem trabalhados são: Gasoduto Coari-Manaus; sais de potássio questões relacionadas a extração e produção de fertilizantes); gás natural com óleo associado; projeto Pitinga estudo de novos arranjos poliminerálicos); projeto caulim (trata sobre a cerâmica branca e insumos industriais); APL de base mineral (cerâmica vermelha), ouro (extraído na região do rio Madeira e província aurífera Tapajós), APLs (Arranjos Produtivos Locais) de água mineral e agregados referentes à construção civil.

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Nava explica que para dar início ao plano, o conselho dividiu o Estado em unidades geoeconômicas, identificando onde estão concentradas as principais minas ou possíveis locais de extração mineral. Além da contextualização das

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ações de investimento e infraestrutura que serão desenvolvidas durante os próximos anos. Os pontos serão apresentados como agentes do desenvolvimento regional e econômico, reforçando a questão de um ajuste tributário, seja estadual ou federal, para que possamos ter o aproveitamento das receitas geradas dentro do próprio Estado, disse.

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Segundo o secretário, um dos quesitos a serem trabalhados durante o desenvolvimento do plano é a atualização dos estudos referentes à extração e produção dos fertilizantes. Ele afirma que os últimos levantamentos feitos sobre o assunto foram apresentados pela Suframa em 2004. Precisamos atualizar os estudos sobre a matriz de fertilizantes para o PIM (Polo Industrial de Manaus). As reservas de potássio ampliaram, ficaram mais consistentes. E para pesarmos em um polo de fertilizantes temos que renovar esses dados, disse. Ainda precisamos atualizar o estudo do gás químico para averiguar a questão de mercado, das empresas interessadas em aproveitar o gás natural para a produção da ureia, que é parte dos fertilizantes, completou.

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O vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, afirma que o plano reúne propostas que servirão de incentivo para o desenvolvimento do modelo ZFM (Zona Franca de Manaus). Ele conta que o grupo junto aos demais órgãos discute melhorias ao setor mineral há algum tempo e afirma que se tudo correr conforme o planejado, as ações devem sair do papel. Não podemos nos resumir nas indústrias e precisamos incluir outros segmentos onde tenhamos alternativas para o desenvolvimento econômico como o polo naval e o turístico. Há algum tempo falamos sobre os minérios da região. Que a partir de agora possamos ter resultados positivos que possam contribuir com o desenvolvimento econômico da área.

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Fonte: Portal Amazônia

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