Portugal pode se tornar o 2º maior produtor de minério de ferro da União Europeia

A empresa concessionária da exploração das minas de ferro de Torre de Moncorvo, a MTI Ferro de Moncorvo, anunciou, na última sexta-feira (15), que espera avançar ainda este ano com a exploração que poderá transformar Portugal no segundo maior produtor da commodity na União Europeia.

“Existe potencial que permite tornar Moncorvo uma das maiores minas de ferro do mundo”, disse Luís Martins, representante da concessionária, em um seminário em Bragança, organizado pelo jornal Mensageiro de Bragança.

Martins afirmou que os trabalhos de prospecção confirmaram a existência do potencial da mina, que possui 543 milhões de toneladas de recurso aguardando apenas pela aprovação do Estudo de Impacto Ambiental para dar início à exploração. De acordo com ensaios da empresa, o material pode ser concentrado para atingir 67,8% Fe.

Na fase de estudos, a MTI contou com a consultorias de empresas e instituições estrangeiras e brasileiras como Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) e a PEC Engenharia e Consultoria, de Belo Horizonte (MG).

Os depósitos da Ferro de Moncorvo é considerado de origem sedimentar e apresenta similaridades com depósitos de ferro pré-câmbricos do tipo Itabirito. “A componente detrítica é mais significativa e representada no jazigo, embora se possam verificar ocorrências de ferro político”, diz o website da MTI.

A expectativa da empresa é de que seja concedida a licença definitiva que permitirá que “a exploração possa ter início ainda durante o ano de 2015” com a criação de 110 a 150 postos de trabalho no ano de início”.

Desde 2008, quando foi anunciado o início dos trabalhos de prospecção com vista a uma possível reativação das antigas minas, que o projeto começou a gerar expectativas na região do Nordeste Transmontano, sobretudo que se refere aos impactos econômicos.

Segundo Martins, o projeto irá desenvolver-se em fases, avançando com a exploração das várias jazidas ao longo dos 60 anos de concessão. O processo de criação de postos de trabalhado também acontecerá em fases, apontando para um total de 540 postos de trabalho diretos e 800 indiretos, que representarão “metade” da população ativa do conselho de Torre de Moncorvo, segundo os promotores.

O representante afirmou ainda, que “toda a produção se destina à exportação”, devido à inexistência de siderúrgicas em Portugal, e que os resultados previstos “podem tornar Portugal o segundo maior produtor da União Europeia”.

“Com este projeto, a União Europeia aumentará em 30% sua quantidade de ferro”, disse ele.
De acordo com os planos apresentados hoje pelo representante, o porto de Leixões será o destino do minério de ferro, mas continuam em estudo três formas de transporte para que o minério chegue ao destino.

A primeira é o transporte rodoviário em todo o percurso; a segunda é o transporte rodoviário até ao estação ferroviária do Pocinho e de lá até Leixões pela via ferroviária do Douro; e a terceira é seguir por estrada até ao cais de mercadorias de Lamego e de lá continuar por via fluvial e marítima. As informações são do portal RTP Notícias.

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