R$ 8 bilhões serão investidos por mineradoras no Norte de MG

Representantes do governo estadual e lideranças do Norte de Minas se reuniram, na manhã desta terça-feira (5), para discutirem a elaboração de um plano estratégico para o direcionamento de R$8 bilhões a serem investidos por empresas que pretendem explorar  jazidas de minério na microrregião de Salinas, Grão Mogol e Janaúba, que abrange 37 municípios.

 

“O objetivo da iniciativa é diagnosticar a situação real dos municípios que serão atingidos pelas mineradoras para direcionarmos políticas públicas nas areas de saúde, educação, saneamento, entre outras”, diz a subsecretaria de desenvolvimento Regional, Beatriz  Morais de Sá.

O plano estratégico está sendo coordenado pelo professor Alisson Flávio Barbieri, da Universidade Federal de Minas Gerais.

 

Segundo o coordenador, a fase atual é de diagnósticos e em novembro as propostas formuladas serão apresentadas em uma audiência pública.

“Uniremos os planos setoriais já existentes e que apontam diagnósticos da região, com a percepção da população de quais são os problemas nestes locais. Vamos utilizar a perspectiva de cenários para imaginarmos os impactos das mineradoras nos municípios”, explica o prefessor.

Geração de emprego
O governo de Minas estima que 9,5 mil postos de trabalho diretos serão gerados além de 10 mil indiretos. O prefeito de Grão Mogol, Jeferson Figueiredo, afirma que as empresas irão gerar emprego e renda, mas há preocupações quanto aos impactos sociais gerados.

Quatro mineradoras já começaram a atuar no Norte de Minas, o foco agora é a elaboração de projetos e início de obras. “Estamos preocupados com a questão social, principalmente da região do Vale das Cancelas, que será mais atingida e esta reunião nos permite antecipar os problemas”, ressalta Jefereson.

 

Exploração de minério
Na microrregião de Grão Mogol, a empresa responsável pretende produzir e transportar 25 milhões de toneladas de minério anualmente. A extração tem vida útil de 25 anos e está prevista para o segundo semestre de 2015. Um mineroduto de 482 km vai ser utilizado e atravessará 21 municípios de Minas Gerais e da Bahia, até chegar em um porto em Aritaguá (BA).

Outra empresa, que atuará  na região de Riacho dos Machado e Porteirinha, começou os trabalhos em 2008 e pretende começar a operar no segundo semestre de 2013. Serão extraídas 3,25 toneladas de ouro por ano.

 

A gerente de relações institucionais, Christiane Alam, acredita que o Norte de Minas é a nova fronteira minerária de Minas Gerais ela fala sobre as mudanças provocadas pela implantação das mineradoras. “Com a chegada do complexo minerário, a região precisa se organizar, já que há um aumento na demanda por serviços e mão de obra, no fornecimento de produtos, e na estrutura para a população.”

 

Ainda segundo Christiane, a empresa gerará mil empregos na fase de obras e 400 quando começar a operar, 75% desta mão de obra será local. “Nossa contribuição é direcionada para o desenvolvimento econômico na area de atuação, para a arrecadação de impostos e estabelecimento de parcerias sociais”, explica.

Queremos discutir com as mineradoras quais os investimentos que serão feitos na região, além dos impactos que sofreremos. Em Salinas alguns postos de trabalho já foram gerados, mas temos uma expectativa maior para o inícios das operações, diz Joaquim Nunes, prefeito da cidade.