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Recuo da construção civil afeta fábricas de agregados

11 de setembro de 2015

Para a maioria dos pequenos e médios empreendimentos de mineração, a retração econômica é a pedra no sapato. Cerca de 85% das empresas desse porte, que extraem até de 1 milhão de toneladas

Para a maioria dos pequenos e médios empreendimentos de mineração, a retração econômica é a pedra no sapato. Cerca de 85% das empresas desse porte, que extraem até de 1 milhão de toneladas ano, se dedicam à venda no mercado interno de minerais não metálicos, com destaque para os agregados da construção civil, como areia e brita. A projeção de encolhimento de 5,5% na construção civil em 2015 deve refletir nos resultados do segmento. A Concresul, empresa com sede em Bento Gonçalves (RS) e unidades em 11 cidades gaúchas, atua há mais de 35 anos no mercado de agregados. Suas duas minas produzem cerca de 900 toneladas de brita por ano. Cerca de 30% é vendido para a construção civil e o restante vira insumo para concreto e asfalto.

 A diversificação está ajudando a amenizar a queda nas vendas da brita, de 30% no primeiro semestre. O concreto caiu menos, 7%, e o asfalto teve aumento, devido aos contratos firmados ainda no ano passado com prefeituras da região. “Tivemos um bom 2014 e iniciamos janeiro com um cenário diferente na economia”, diz Pedro Reginatto, economista e sóciogerente da Concresul. Reginatto diz que a desaceleração da construção civil é lenta por conta das obras em andamento iniciadas antes do período mais agudo da crise. Hoje, o setor já sente a baixa demanda sobretudo pelos projetos do setor que não foram iniciados este ano. Reginatto ocupa o cargo de presidente do Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro de Estado do Rio Grande do Sul (Sindibritas) e afirma que o setor de agregados gaúcho vive uma crise “inédita e perversa” marcada pela demanda reprimida e inflação alta. 

“É o pior cenário pois não dá para repassar custos e o preço dos impostos, salários e insumos continua subindo. Os pequenos e médios empreendimentos voltados para rochas ornamentais e minerais metálicos ficam de olho no mercado internacional. Enquanto o baixo preço das commodities criou uma crise sem precedentes para a extração do ferro, o dólar alto traz sorrisos dourados na Amazônia. Pequenos mineradores da região do Tapajós, que há um ano vendiam o grama de ouro a R$ 0,70 aos atravessadores em Itaituba (PA), hoje recebem R$ 1,10 pelo produto. No mesmo período o preço da Onça Troy caiu quase 10% no mercado internacional, mas variação do dólar no Brasil compensou o movimento. Pela mesma razão, o setor de rochas ornamentais do Espírito Santo aumentou em 3% o faturamento com exportações. O setor vendeu até julho mais de US$ 104 milhões para o mercado externo. 

Na primeira metade de 2014, o setor havia faturado US$ 101 milhões. O ganho foi obtido mesmo com uma variação negativa de 1% volume de rochas. Para as pequenas e médias empresas que vendem commodities minerais, o tombo é grande. O principal minério da pauta nacional, o ferro, sofre há mais de um ano com o baixo preço. Nesse mercado, o destino das pequenas e médias está ligado, não só ao movimento dos preços, mas ao desempenho dos grandes players do setor. Em Minas Gerais, empresas de pequeno e médio porte exploram o minério, boa parte dos empreendimentos estão paralisados. “Em um momento de mercado desafiador, o cenário se torna mais difícil para o pequeno, que não tem acesso aos canais logísticos para se adequar”, diz Cristiano Monteiro Parreiras, diretor administrativo do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra). 

José Guilherme Ramos, subsecretário de Política Mineral e Energética do Estado, afirma que as cidades cuja a arrecadação depende da mineração devem buscar a diversificação da base econômica. A prefeitura de Itabira, o maior município em produção de minério de ferro do Brasil, deve deixar de arrecadar R$ 185 milhões. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), das 8400 minas registradas pelo órgão no Brasil, 97% são exploradas por micro, pequenas e médias empresas de mineração. Embora as 100 maiores do setor respondam por 85% do faturamento, os empreendimentos que processam até um milhão de toneladas de minério por ano se destacam pelo volume total da produção, pela pulverização dos empreendimentos no território nacional e pelo papel que exercem na circulação de renda e trabalho nos municípios brasileiros.

A mineração de agregados da construção civil, cujos produtos estão presentes em todas as cidades do país, totalizou 741 milhões de toneladas em 2014, o que correspondente a 3,7 toneladas por habitante. Em 2013, dado mais recente do DNPM, o faturamento direto das MPEs foi de R$ 1,6 bilhão.

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Fonte: Valor Econômico

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