Representantes de segmentos industriais do Brasil, com destaque para a mineração, além de especialistas e estudantes da área ambiental, estiveram reunidos em Belém na última semana, durante o Seminário sobre Recuperação de Áreas Degradadas – Bioma Amazônia. O evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas (Sobrade), foi realizado no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Em debate, práticas ligadas à regeneração ambiental tanto no aspecto preventivo quanto no corretivo.
Na programação, palestras e minicursos com o objetivo identificar e avaliar soluções práticas, cases de sucesso, formas de monitoramento, assim como promover discussões que permitam avançar no desenvolvimento de modelos úteis para as atividades, em busca da sustentabilidade.
Em dois dias de evento foram destacados temas como Economia Verde, ecoturismo, biotecnologia, entre outras iniciativas. A programação também abordou a mineração sustentável. Na oportunidade, representantes da Mineração Rio do Norte apresentaram detalhes das ações de reflorestamento desenvolvidas ao longo de 40 anos nas áreas de lavra de bauxita, no município de Oriximiná, no oeste paraense.
Desde o início de sua operação, em 1979, foram reabilitados 7.028 hectares (o que equivale a 7 mil campos de futebol), onde foram plantadas mais de 14,6 milhões de mudas de 450 espécies arbóreas nativas. Só em 2018, 368 hectares foram reflorestados.
Todas as atividades da MRN são pautadas por princípios de sustentabilidade, garantindo a segurança das operações e fomentando o desenvolvimento sustentável das comunidades vizinhas. Após a lavra das áreas de minas, as mesmas são preparadas para receber o plantio com espécies nativas. O trabalho na recuperação é contínuo, ou seja, nas áreas ocorrem simultaneamente a lavra e a sua reabilitação.
“Atuamos no preparo do solo, após a retirada da bauxita, quando é feito um trabalho de reposição das camadas que o compõem, passando pelo cultivo de espécies de plantas nativas utilizadas para o reflorestamento, chegando até o monitoramento das áreas já recuperadas”, explicou Jocenildo de Jesus Marinho, analista ambiental da MRN.
A empresa produz em média 800 mil mudas de espécies nativas por ano. No total, 12 comunidades tradicionais são beneficiadas com a compra de sementes e mudas. Só em 2018 foram produzidas 941.889 de 74 espécies, gerando renda e contribuindo para a preservação das variedades vegetais locais. Além disso, também desenvolve uma série de iniciativas voltadas para o monitoramento do ar, água, resgate da flora e fauna, gestão de resíduos, entre outras.
“O monitoramento das áreas é contínuo e com o passar do tempo foi ampliado e remodelado para atingir uma melhor compreensão acerca da biodiversidade. A presença de algumas espécies de vertebrados é um bom indicativo que a recuperação das áreas está no caminho certo”, afirmou o biólogo da MRN, Guilherme Ferreira.
Segundo Ruberval Vieira, engenheiro florestal da MRN, este é o mais antigo projeto empresarial mineral de restauração florestal de toda a Amazônia brasileira. “Realizar uma mineração sustentável na Amazônia é um desafio diário. Desenvolvemos pesquisas e levamos em consideração as particularidades da região. Ao conhecermos outras experiências e com os resultados dos monitoramentos percebemos que o nosso reflorestamento está no caminho certo. Estamos localizados dentro de uma Floresta Nacional, a qual possui uma matriz florestal fundamental para o processo de recuperação”, reiterou Vieira.
A MRN figura no ranking como a maior produtora de bauxita do Brasil, o que contribui para que o país seja o quarto maior produtor do mundo. Em 2018, a empresa produziu 14,8 milhões de toneladas. É também importante geradora de empregos no Estado, respondendo por cerca de 5 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos, sendo 85% da mão de obra formada por paraenses. Nos últimos dois anos, a MRN investiu R$ 18,520 milhões em 63 projetos socioambientais, beneficiando mais de 100 mil pessoas.
“A mineração é um tema especial no bioma Amazônia e, nesse contexto, tivemos importantes debates com especialistas e a contribuição de experiências desenvolvidas por empresas como a MRN. Essa participação técnica é muito construtiva, pois permite a troca de experiências entre os agentes envolvidos com a questão ambiental e a possível utilização dessas ideias por outras instituições presentes”, destacou o presidente da Sobrade, Mauricio Balensiefer. A Sobrade já desenvolveu programações destacando outros biomas: o cerrado, em Belo Horizonte (MG); o Pampa, em Porto Alegre (RS) e a Mata Atlântica, em Foz do Iguaçu (PR).
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