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Siderúrgicas, de queridinhas a patinho feio

24 de junho de 2012

Setor não está mais no foco dos investidores na BovesparnrnO setor de siderurgia já não está mais no foco dos investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Enquanto no passado, o segmento chegou a

Setor não está mais no foco dos investidores na Bovespa

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O setor de siderurgia já não está mais no foco dos investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Enquanto no passado, o segmento chegou a motivar a criação de fundos exclusivos em bancos, hoje está entre os que mais sofrem, prejudicado pelo excesso de oferta de aço no mundo, pela alta dos custos de minério de ferro e pela desvalorização do real frente ao dólar. Os papéis caem até 47,6% no ano. A desaceleração econômica global esfriou ainda mais a atividade das usinas. Para piorar, as administrações de Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Usiminas são alvo de desconfiança do mercado e, mesmo entre os mais cautelosos, a Gerdau também não é considerada a melhor opção.Segundo as recomendações de sete analistas consultados pelo GLOBO, há setores mais vantajosos para o investidor escolher na Bolsa. Mas, para quem ainda assim quiser insistir em siderurgia, o momento é bom para vender ações das duas primeiras e comprar papéis da última , que tem maior chance de valorização.

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Essa foi a estratégia do fundo BB Ações Siderurgia, que colocou o maior peso em papéis da Gerdau, respondendo por 40% do patrimônio líquido. Mesmo assim teve de dar um “jeitinho” para não ficar concentrado no setor. Passou a aplicar também em papéis de empresas da cadeia produtora de aço, como Forjas Taurus e Paranapanema, para reduzir perdas. Como reflexo da desvalorização dos papéis e dos saques de cotistas, o patrimônio líquido encolheu de R$ 345,2 milhões no fim de junho de 2008, maior patamar desde o lançamento em outubro de 2007, para R$ 76 milhões no fim de maio deste ano. Quem aplicou no fim do ano passado tinha perdido 6,67% até o fim de maio.

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— Esse fundo vai continuar investindo em siderurgia, mas temos agora cautela. Essas empresas podem, em dois ou três anos, voltar a ter rentabilidade próxima de 2007 e, no longo prazo, as ações, por estarem com preço muito baixo, podem dar um retorno interessante — diz Jorge Rica, da BB Gestão de Recursos.

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Gerdau é mais ligada à construção civil

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Analistas e gestores preferem aplicar nas ações da Gerdau, porque esperam que a empresa venda uma participação minoritária no seu negócio de exploração de minério de ferro até o fim deste ano ou começo do próximo. Acreditam que o anúncio fará as ações subirem. Mas, até pelo ramo de atuação, a siderúrgica sofreu menos que as outras, porque é a única focada na venda de aços longos, como vergalhões, segmento com maior demanda e voltado para construção civil.

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— Gerdau é um negócio muito mais resiliente por ser ligado ao segmento que cresce mais (aços longos) e é também a mais diversificada. A piora no Brasil tem sido compensada com a melhora nos EUA — avalia André Vainer, diretor da XP Gestão de Recursos, que, entretanto, acha a ação cara e não aplica no setor.

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Outro que evita investir em siderurgia e vê com cautela até a Gerdau é o brasileiro William Landers, gestor de renda variável para a América Latina do fundo gigante americano BlackRock. Enquanto alguns analistas veem a produção da siderúrgica nos Estados Unidos como vantagem, ele enxerga risco.

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— Não temos posição no setor, porque, mesmo a Gerdau, com melhor performance no ano, pode sofrer pelo fato de a economia americana não estar se recuperando como esperado — afirma Landers.

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A ação preferencial (PN, sem direito a voto) da holding controladora da Gerdau (que tem o nome de Gerdau Metalúrgica) avança 16,19% neste ano. Felipe Reis, analista do Santander no Brasil, avalia que o papel da controladora é mais vantajoso, porque paga mais dividendos.

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Vista como um híbrido de mineradora e siderúrgica, a CSN ON tombou 18,20% no ano até o último fechamento.

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— Eles têm bons ativos de minério de ferro e aço, mas o mercado tende a não gostar da sua estratégia de alocação de capital e vê a empresa como um híbrido — avalia Jonathan Brandt, analista de siderurgia e mineração do Banco HSBC em Nova York.

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Possível oferta da Usiminas faz ações caírem mais

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Na lanterninha em rendimento no ano, e com os maiores desafios a superar, está a Usiminas. Segundo analistas, as ações despencaram na semana passada quando passou a ser especulado que a empresa terá de fazer oferta de ações para obter caixa e equilibrar seu endividamento. Entre as 68 ações do Ibovespa, índice de referência da Bolsa, Usiminas ON acumula a maior queda no ano, de 47,60%. As PNs não ficam atrás, com o terceiro pior desempenho e um tombo de 35,65%. O temor é que uma nova oferta de ações reduza ainda mais a participação dos minoritários. Mas, uma vez feita a capitalização, o quadro pode melhorar, na opinião do analista-chefe do fundo Quantitas, Marcel Kussaba:

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— Caso os recursos sejam captados e investidos de forma bem-sucedida, as ações, aí sim, poderiam buscar uma valorização mais justa, em linha com seus pares. Enquanto isso, temos um contexto ruim para o negócio atual da Usiminas.

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Mesmo após as perdas recentes, Rica, da BB Gestão de Recursos, ainda está de olho em oportunidades de compra de CSN e Usiminas.

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— Tentamos identificar qual é a hora de aumentar a exposição nesses dois, para aumentar o investimento. Esse momento pode estar próximo — diz o gestor.

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Fonte: O Globo

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