SOL E VENTOS TRANSFORMAM A BAHIA EM CAMPEÃ DE FONTES RENOVÁVEIS
6 de novembro de 2015
O sol da Bahia sempre atraiu turistas para suas praias elevando as receitas. Já os ventos, estão lá para refrescar.
O sol da Bahia sempre atraiu turistas para suas praias elevando as receitas. Já os ventos, estão lá para refrescar. Esses dois presentes da natureza estão agora transformando o Estado em um dos campeões na produção de energia renovável, justamente por conta do sol e dos ventos. Em território baiano já são 208 usinas eólicas instaladas ou em processo de instalação.
As iniciativas demandam recursos de R$ 16,2 bilhões e a previsão é de geração de mais de 5 mil megawatts (MW) de energia. Outros 14 projetos de energia solar estão confirmados, após o último leilão de compra de energia feito pelo governo federal. Os aportes somam cerca de R$ 2 bilhões e a potência instalada chega a 400 MW. "A Bahia tem o maior potencial eólico do mundo e em breve será o Estado com maior produção desse tipo de energia", diz Elbia Melo, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
"As energias renováveis se tornaram uma estratégia do desenvolvimento do Estado. Há uma compreensão de que o futuro implica em ampliar a participação das energias renováveis na matriz energética. Temos intensidade de ventos e área suficiente para desenvolver eólicas bem como potencial solar", emenda Reinaldo Sampaio, superintendente de Estudos Planos e Coletivas Públicas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
A atração pela Bahia, principalmente na área de eólica, pode ser medida pelos números. "Hoje são 37 projetos em operação voltados para eólicas, 39 usinas em construção e 132 novos projetos em fase de implantação. Há uma estratégia deliberada do Estado em atrair empresas de geração, mas também de fabricação de componentes e equipamentos da cadeia de energia solar", diz Sampaio.
Segundo dados divulgados em agosto pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a Bahia quase triplicou a produção de energia por usinas eólicas no primeiro semestre, mais 297% com relação ao igual período de 2014. Segundo Elbia Melo, o cenário na Bahia é o melhor possível e em breve o Estado será o maior produtor de energia eólica.
A projeção para os próximos três ou quatro anos, afirma Sampaio, é de que a Bahia mais do que dobre o número de parques eólicos em funcionamento, ultrapassando o Rio Grande do Norte. Serão mais de 80 novos parques espalhados pelo interior, onde o potencial de geração de energia pela força dos ventos é maior.
"A Bahia tem uma excelente radiação, com maior potencial para geração de energia solar e eólica no país", diz o superintendente. Segundo Ricardo Albam, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), o grande trunfo do Estado na área de energia fotovoltaica é que a maior parte dos potenciais investidores contam com empreendimentos próximos das redes de transmissão, facilitando a implantação de projetos.
Pelos dados da Secretaria da Indústria e Mineração de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado, a Bahia recebeu cerca de R$ 4 bilhões de aportes em empreendimentos eólicos entre 2009 e 2014. A previsão é de que mais R$ 5 bilhões sejam investidos até 2016.
Laís Maciel, coordenadora da Indústria de Energia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE), afirma que dos 730 projetos de eólica (17.964 MW), 243 são da Bahia? enquanto dos 649 empreendimentos de energia solar (20.953 MW), 192 estão em território baiano, totalizando, entre solar e eólica, mais de 12 mil MW. Com 195 mil MW de potencial eólico, o Estado avança na produção de energia solar. Segundo Laís, são investimentos de R$ 2 bilhões em 14 grandes projetos, e geração de 400 MW de potência instalada.
Fonte: Valor Econômico