SRN vai produzir minério de ferro no Piauí em 2018
7 de abril de 2017
Segundo o presidente da SRN Mineração, o licenciamento ambiental do projeto já teve início e a previsão é que a operação de minério de ferro magnetítico tenha início no 1º semestre do ano que vem
A SRN Mineração, dona do projeto SRN, localizado em São Raimundo Nonato (PI), prevê iniciar a operação de minério de ferro magnetítico no primeiro semestre do ano que vem. De acordo com Marcelo Prado, presidente da empresa, o licenciamento ambiental do empreendimento já teve início.
"Como não é um projeto de grande complexidade, com separação magnética a seco e sem uso de água dentro de uma área rural, a gente espera que o licenciamento ambiental saia num espaço de 6 a 8 meses depois de maio", declarou, em entrevista por telefone ao Notícias de Mineração Brasil (NMB) na última quinta-feira (6).
Segundo o presidente da SRN, o projeto tem reserva certificada de 200 milhões de toneladas com teor médio de 25% Fe, além de recursos estimados em 400 milhões de toneladas, de acordo com sondagens feitas. "Com o método de separação magnética a seco, estamos dando um drible na falta de água, além de reduzir bastante os custos, economizar energia e realizar poucas obras de infraestrutura", afirmou Prado.
De acordo com ele, já foram investidos na fase de pesquisa mais de R$ 20 milhões. Questionado pelo NMB sobre a importância do projeto, Prado o definiu como um "alavancador" para a economia local e disse que ele é a primeira operação de minério de ferro no Estado.
"A região de São Raimundo Nonato é muito pobre, com uma economia ainda baseada na agricultura e um pouco no turismo local. É uma região extremamente carente, com problemas de seca, e isso tudo leva a crer que o nosso projeto será um alavancador no desenvolvimento local no sentido de infraestrutura, geração de emprego, receita, impostos, uma verdadeira evolução na região", declarou.
Na última segunda-feira (3) a SRN Mineração apresentou a planta piloto do projeto ao governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Segundo Prado, a Inbras, empresa paulista de equipamentos de separação magnética, projetou a planta para testar a separação magnética a seco. O secretário de Mineração do Estado, Luiz Coelho, a vice-governadora Margarete Coelho (PP) e a prefeita de São Raimundo Nonato, Carmelita Castro (PP), visitaram o local nesta semana e reforçaram o apoio ao projeto.
"O governo sempre pediu para ser informado da atividade [do projeto], que é algo relevante para o Estado, e deixou claro que fará tudo para que possamos obter o licenciamento o mais rápido possível", declarou o presidente da SRN Mineração.
Prado disse, ainda, que foi discutido com Dias o risco do potencial mineral do Estado ficar aquém se a ferrovia Transnordestina não ficar pronta. "Apesar de ser uma obra federal, é particularmente privada, então discutimos com ele algumas questões de infraestrutura para ajudar o projeto, além de parcerias relativas à comunicação", afirmou.
Segundo ele, embora o projeto dependa da Transnordestina, os planos estão sendo feitos sem contar com ela, já que não há prazo para conclusão das obras. O transporte do minério será feito exclusivamente por rodovias, por enquanto, por meio de caminhões.
A SRN Mineração foi constituída entre 2008 e 2009 por meio da junção de várias pessoas que tinham direitos minerários na região de São Raimundo Nonato (PI), mas não tinham capital para desenvolver projetos. Ela é formada, de acordo com Prado, por 5% de capital estrangeiro e 95% de sócios locais, como pessoas físicas e empresas de investimentos.
Em seu website, a empresa diz que tem como objetivo "viabilizar o desenvolvimento de projetos de mineração de forma ambientalmente sustentável, gerando benefícios econômicos e sociais".
Notícias de Mineração Brasil