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Universidade aplica R$ 100 milhões em pesquisa do grafeno

8 de março de 2016

Apontado como um excelente condutor de energia e extremamente resistente, o grafeno poderá ser aplicado em produtos como plástico ou látex, televisão e smartphone, com displays flexíveis entre outros

O Brasil passou a fazer parte do pequeno grupo de países que busca novas aplicações industriais para criar ou aperfeiçoar manufaturados, a partir de um recurso mineral descoberto há apenas 9 anos: o grafeno.
 
O mineral é uma espécie de lâmina do grafite, um cristal atômico bidimensional constituído de átomos de carbono em formato hexagonal, que foi isolado, pela primeira vez, em 2004, pelos russos Andre Geim e Konstantin Novoselov, ganhadores do prêmio Nobel de Física em 2010.
 
Os estudos ganharam destaque na semana passada com a inauguração do Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias, o primeiro do gênero na América Latina.
 
Instalada no campus Higienópolis da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo,  a estrutura física ocupa 4 mil metros quadrados, distribuídos em um prédio de sete andares e mais dois pisos no subsolo, somando investimento de R$ 100 milhões.
 
Segundo o físico Christiano Matos, os trabalhos serão feitos por uma equipe de 130 pessoas e por meio de parcerias com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico. Haverá participação também de cientistas chineses.
 
Matos informou que existem várias empresas, principalmente dos setores de telecomunicações e de energia, interessadas nos resultados que podem ser alcançados. “Nossa esperança é que não se perca essa oportunidade de buscar conhecimentos em benefício da sociedade”, disse ele.
 
O físico elenca três pontos das pesquisas: a fotônica – tecnologia do uso da luz, principalmente fibras óticas; da energia (armazenamento da energia em baterias e supercapacitores, na obtenção de celulares mais leves e compactos); e materiais como polímeros mais eficientes.
 
Apontado como um excelente condutor de energia e extremamente resistente, o grafeno poderá ser aplicado em produtos como plástico ou látex, televisão e smartphone, com displays flexíveis entre outros. Poderão ser criados aplicativos nos segmentos automotivo, aeronáutico e esportivo.
 
Segundo a Universidade Mackenzie, existem projeções de que essa tecnologia possa ser aplicada em um mercado de algo em torno de US$ 1 trilhão nos próximos dez anos.
 
Entre os países que usam as propriedades do grafeno estão a China, onde foram registradas 2.204 patentes; os Estados Unidos, com 1.754, e a Coreia do Sul, com 1.160.
 
Dados da universidade mostram que a produção mundial de grafeno natural em 2013 foi 1,1 milhão de toneladas. A maior parte (70,4%) refere-se à produção na China, seguida pela Índia, Coreia do Norte e do Brasil e Canadá.
 
Há o registro de produção em quantidade menor na Rússia, Turquia, Noruega, na Romênia e Ucrânia, em Madagascar, no México e Sri Lanka.
 
O Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial e as reservas minerais estão localizadas em Minas Gerais, no Ceará e na Bahia. O total do minério beneficiado, em 2013, alcançou 91.908 toneladas de minério.
 
Agencia Brasil
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