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Vale prevê retomada no preço do ferro após queda surpreender

31 de agosto de 2012

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A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, espera que os preços do produto voltem a subir assim que a oferta refletir a saída do mercado de fornecedores de maior custo de produção, em processo que já começou, segundo um alto executivo da companhia.

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O preço do minério de ferro recuou tanto nas últimas semanas que 30% da oferta do produto já está custando mais caro que o valor de venda, forçando muitos fornecedores a se retirar do mercado, disse o diretor-executivo de Ferrosos e Estratégia da companhia, José Carlos Martins, na quinta-feira.

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A mineradora já aguardava por uma queda de preços principalmente por causa do aumento na produção da Austrália, mas o tombo de cerca de 20% no valor do produto em apenas duas semanas pegou a companhia de surpresa, disse o executivo em entrevista concedida na sede da companhia.

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“No mercado que forma preço, a China, a oferta passou a superar a demanda, e quando isso ocorre os preços caem, é natural. O que me surpreendeu foi a dimensão da queda, foi maior do que esperávamos”, afirmou o executivo, que acreditava num piso de US$ 110 por tonelada.

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O preço da matéria-prima do aço recuou um terço desde o início de julho, em meio à desaceleração da economia da China, o maior importador global. As cotações voltaram ao valor praticado em outubro de 2009, ou cerca de US$ 88 por tonelada.

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Desde o início do mês passado, as ações da Vale recuaram cerca de 15%. Nesta quinta-feira, o papel fechou com baixa de 0,4%.

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Martins disse que a Vale continua tendo rentabilidade apesar da queda aguda nos preços do minério, responsável pela maior parte da sua receita. E descartou a possibilidade de a empresa reduzir produção por causa dos preços atuais.

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“Quem tem que parar de produzir é quem tem custo alto. Os níveis de preço caíram bastante, mas ainda são rentáveis para nós. Pelo menos 30% da oferta de minério tem custos maiores que os níveis atuais de preços; esse pessoal vai ter que encolher.”

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EXCESSO DE OFERTA

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Com base em dados estatísticos, Martins afirmou que não houve queda na demanda por minério de ferro na China, mas sim em outros mercados. “Além do aumento de produção na Austrália, muito minério que antes estava indo para outros mercados passou a ir para a China”, disse.

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O executivo lembrou que a produção de aço continua subindo na China, enquanto as importações sobem ainda mais, sinalizando que siderúrgicas chinesas estão substituindo minério doméstico com custo maior por produto importado, geralmente mais barato porque é produzido em larga escala por grandes mineradoras como a Vale.

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“É muito difícil medir o ponto em que o produtor menos eficiente sai do mercado, mas isso já está ocorrendo, porque se a China aumentou a produção de aço em 3% entre janeiro e julho [em relação ao mesmo período de 2011] e aumentou a importação em 9%, é sinal que minério importado já começou a substituir o minério local”, acrescentou Martins.

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Martins afirmou que a saída de produtores que estão tendo prejuízo no mercado não é tão imediata, mas esperava que o movimento já tivesse contribuído para elevar os preços.

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“O preço já deveria ter sido revertido [pelo ajuste da oferta]”, disse ele, evitando traçar projeções.

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Questionado se isso ocorreria em menos de 45 dias, ele disse que sim, lembrando que este é o prazo maior para a entrega de minério aos chineses por um fornecedor.

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MERCADO TEMEROSO

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Analistas de mercado e investidores demonstram cada vez mais preocupação com a queda no preço.

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Mesmo antes de se acentuar, a queda no preço da commodity já havia afetado o lucro da Vale no segundo trimestre. O resultado da companhia desabou 48%, para R$ 5,3 bilhões.

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Por causa da queda, a Vale decidiu revisar investimentos. Projetos com problemas ambientais, que já estavam na mira do presidente Murilo Ferreira, perderam ainda mais força com a nova realidade da demanda mundial.

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“A principal questão na conjuntura atual é saber se a queda é de curto prazo. Refletindo um mercado bem abastecido na China. Se em seguida veremos preços voltando aos níveis de seis semanas atrás, ou se o recuo é o começo de um inevitável movimento de volta a preços normais”, assinala o Credit Suisse, em relatório ao mercado divulgado nesta quinta-feira.

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Fonte: Folha de S. Paulo

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