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Vale quer ter 20% do mercado chinês

22 de agosto de 2013

A Vale se prepara para vender 1 bilhão de toneladas de minério de ferro à China até 2018 ou 2019. Se a previsão se confirmar, a empresa deverá exportar para o mercado chinês, ao longo de seis anos, volu

A Vale se prepara para vender 1 bilhão de toneladas de minério de ferro à China até 2018 ou 2019. Se a previsão se confirmar, a empresa deverá exportar para o mercado chinês, ao longo de seis anos, volume equivalente ao que embarcou para as siderúrgicas chinesas no acumulado de quatro décadas. A previsão reforça a ideia de que, mesmo com um crescimento econômico menor, a China vai continuar a puxar a demanda por minério de ferro.

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Em julho, completaram-se 40 anos do primeiro embarque do produto feito pela Vale para a China, em 1973. De lá até o fim de 2012, a mineradora embarcou 1,1 bilhão de toneladas de minério de ferro para o mercado chinês (ver texto abaixo). Esse volume é equivalente ao consumo de minério de ferro durante um ano na China.

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A participação da Vale no consumo do produto no mercado chinês é de pouco menos de 15%, algo como 150 milhões de toneladas anuais. Essa fatia pode atingir um percentual de 20% em quatro ou cinco anos, dependendo da disponibilidade de minério, afirma José Carlos Martins, diretor-executivo de ferrosos e estratégia da Vale.

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Martins diz que, em 2000, a Vale produzia 100 milhões de toneladas de minério de ferro, das quais 7% (7 milhões de toneladas) tinham a China como destino. Em 2013, a mineradora deve produzir 306 milhões de toneladas de minério de ferro sendo que as siderúrgicas chinesas devem levar metade desse volume. A China é o principal destino de vendas de minério de ferro e pelotas da Vale.

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Martins estima que a China deve consumir neste ano um volume adicional de quase 100 milhões de toneladas de minério de ferro. O crescimento vai se dar mesmo com a economia chinesa crescendo menos. O fenômeno é explicado pelo aumento da produção de aço no país nos últimos anos. Em 2012, a produção de aço bruto nas siderúrgicas chinesas ficou em 708,7 milhões de toneladas, segundo a World Steel Association (WSA). Em 2013, as fabricantes locais estão em ritmo de 780 milhões de toneladas, alta de 10% sobre 2012.

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Martins considera que há um pouco de “terrorismo” com a situação econômica da China. Na visão dele, é impossível para qualquer país crescer de forma contínua e sustentada a taxas de dois dígitos como ocorreu com a China no passado recente. “Era natural que houvesse estabilização do crescimento [chinês] em patamar mais baixo. Mas ainda assim significa muito minério [a ser consumido].” A forma como a Vale vai aproveitar a maior demanda chinesa dependerá, no entanto, da própria capacidade da empresa de aumentar a produção, disse Martins. Desde 2007, a produção de minério da Vale permanece estagnada.

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Essa situação resulta do fato de que, mesmo investindo, a produção sobe em degraus. Isso porque ao mesmo tempo em que a empresa cria novas capacidades de produção existem minas que vão se exaurindo. Hoje, a Vale tem em carteira projetos que devem garantir capacidade adicional. O principal deles é o S11D, na Serra Sul de Carajás (PA), previsto para entrar em produção a partir do segundo semestre de 2016.

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Com o S11D, cuja capacidade de produção, à plena carga, será de 90 milhões de toneladas anuais, a Vale terá condições de crescer no mercado chinês. No curto prazo, há outros projetos previstos para entrar em operação. Um deles, com arrancada esperada para este semestre, refere-se à construção de usina de processamento a seco (sem água), com capacidade de beneficiar 40 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, também em Carajás. Em Minas Gerais, a empresa tem projetos que vão entrar em operação este ano e em 2014 para processar minérios mais pobres.

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Martins disse que um objetivo de longo prazo é criar centros de distribuição para o minério de ferro na China nos moldes das instalações que a Vale montou em Omã, no Oriente Médio, e na Malásia, no Sudeste asiático, que devem estar concluídos até o fim do ano. Esses centros permitem receber os Valemax, os navios mineraleiros com capacidade de 400 mil toneladas, armazenar e fazer misturas de minério antes de embarcar o produto em embarcações menores.

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Mas o desenvolvimento desses centros de distribuição esbarra em regulamentações da China. Enquanto as restrições perduram, a Vale desenvolve soluções alternativas. A empresa também mantém duas estações flutuantes de transferência nas Filipinas. São navios que permitem armazenar e transferir produto para barcos menores. Essas estruturas são importantes na operação dos Valemax, que continuam sem autorização para atracar nos portos chineses em função do lobby de armadores locais que vêm a Vale como concorrente. A empresa mantém o plano de vender 19 Valemax próprios e fazer contratos de afretamento de longo prazo. Mas o negócio só faz sentido se a companhia conseguir fechar os fretes por preços mais baixos do que ela mesma faria.

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Valor Econômico

 

Fonte: Valor Econômico

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