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Biocombustíveis entram na pauta das mineradoras

10 de outubro de 2012

rnAtentas às metas ambientais, mineradoras começam a voltar as atenções para os biocombustíveis como insumos do processo produtivornD e olho na diminuição das emissões de carbono e nas vantagens

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Atentas às metas ambientais, mineradoras começam a voltar as atenções para os biocombustíveis como insumos do processo produtivo

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D e olho na diminuição das emissões de carbono e nas vantagens econômicas da utilização de combustíveis limpos em sua produção, indústrias dos mais variados segmentos têm investido em alternativas energéticas mais viáveis. Só no primeiro semestre, o setor foi responsável por cerca de 40% do consumo de energia nacional. Em contrapartida, no ano passado, mais de US$ 8 bilhões foram aplicados em negócios voltados para o incremento das fontes renováveis no Brasil, segundo a consultoria Bloomberg New Energy Finance.

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Mais que pensar na autogeração, empresas brasileiras começam a ver na inserção de biocombustíveis – no processo produtivo e na logística – um aliado importante para a sustentação dos negócios. A mineração tem um dos exemplos mais destacados entre os segmentos industriais. Altamente dependente de combustíveis fósseis, principalmente petróleo e gás natural, a atividade é alvo de críticas pela opinião pública e vista com receio por parte dos governos em virtude de seus altos impactos ambientais nos processos de extração e beneficiamento.

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Com papel fundamental na economia brasileira, a mineração representa quase 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e 20% do total de exportações. Nos últimos anos, o crescimento dos mercados emergentes, sobretudo do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China.

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e África do Sul), vêm provocando efeitos positivos sobre as contas do segmento. Nos dez primeiros anos do século, a produção mineral brasileira cresceu 550%, com o faturamento saltando de US$ 7 bilhões em 2001 para mais de US$ 50 bilhões em 2011. Ao mesmo tempo, o consumo baseado em óleo combustível para processos de mineração e pelotização caiu para menos da metade, segundo  dados  do  Balanço  Energético Nacional.

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Para o analista internacional Julio Cesar Pinguelli, as substituições pontuais são uma tendência para o segmento. “Uma mudança na matriz energética é algo que envolve muitas questões mais delicadas, que demandam tempo e novas percepções da sociedade e do governo. Além disso, as renováveis não têm escala nem escopo para fazer frente à indústria do petróleo”, avalia. Ainda assim, a inserção gradativa pode ter viés positivo nos dois lados ao estimular o mercado de biocombustíveis e, com a diminuição da demanda, colaborar para a permanência do petróleo por mais tempo na matriz mundial. Segundo Pinguelli, esse argumento já foi evidenciado por estudos do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Rinaldo Mancin, Diretor do IBRAM: “Mercados externos privilegiam empresas com boas práticas de responsabilidade socioambiental”

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Mesmo com baixo índice de emissão de gases poluentes – o setor corresponde a 0,05% do total no Brasil –, as mineradoras têm atuado de maneira pró-ativa para minimizar os efeitos de suas atividades. “Quanto mais pudermos substituir os combustíveis fósseis por biocombustíveis, melhor”, garante o Diretor de Assuntos Ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Rinaldo Mancin. As razões para iniciativas como essa passam por metas como de certificações ambientais, benefícios na imagem das empresas e economia de recursos na instalação, operação e desinstalação dessas empresas.

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“Primeiro, há uma questão de rentabilidade. Se conseguimos energia mais barata, limpa e eficiente, temos maior economia e maior lucro. Em segundo lugar, é preciso entender que o mundo valoriza a ‘pegada ecológica’. Somos um setor que utiliza recursos naturais e depende deles para existir. Além disso, o cliente demanda práticas sustentáveis.

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Mercados  externos  privilegiam mineradoras com boa imagem, boas práticas de responsabilidade   socioambiental. Sustentabilidade significa negócio para as mineradoras brasileiras”, assegura Mancin. 

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Disposição para utilizar biocombustíveis não falta às mineradoras. O que falta é oferta para atender à ampla demanda do setor. É o que garante Rinaldo Mancin, do Ibram. “Temos alta flexibilidade para incorporar esses produtos, das pequenas às grandes empresas. Essa só não é uma realidade consolidada porque não há produção de biocombustíveis na escala que precisamos”, argumenta. Essa questão é acompanhada de perto por empresas com centros de pesquisa mais desenvolvidos, que buscam soluções energéticas mais modernas.

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À frente desse processo está a Vale, maior consumidora de diesel no País. A mineradora inaugurou, em junho, sua primeira fábrica de óleo de palma, localizada em Moju, no Pará. Até 2015, a empresa irá vender o material extraído para produtores de alimentos. Após esse prazo, a intenção é transformar o óleo em biodiesel B20 (20% de óleo de palma) para alimentar a indústria de mineração. A empresa  estuda  parceria  com  a  Petrobras Biocombustível para o desenvolvimento do projeto, orçado em US$ 500 milhões. A ideia é aproveitar a construção de outra usina de biodiesel no Pará pela Petrobras Biocombustível, meta de seu Plano de Negócios e Gestão 2012-2016 para atender a Região Norte, reforçando as relações entre as duas instituições.

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Atualmente, o marco regulatório do setor prevê a mistura de 5% de biodiesel ao óleo B5, que tem composição predominante de diesel de origem fóssil. Com o óleo B20, a intenção é reduzir a emissão de gases poluentes da Vale em cerca de 20 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) em 25 anos. Atualmente, representantes da cadeia produtiva tem cobrado do governo federal mais agilidade na definição de um novo percentual para o mercado brasileiro. “A grande responsabilidade por emissões de CO2 pelo petróleo, especialmente no setor de mineração, gera barreiras e entraves a sua utilização e uma maior necessidade de utilização de insumos que poluam menos e sejam renováveis, em função de demandas ambientais e de elevados custos de mitigação de impactos”, ressalta Pinguelli em artigo apresentado em setembro na segunda edição do Seminário Internacional de Gestão de Energia na Indústria da Mineração (Enermin).

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Além da utilização de biocombustíveis como insumo no processo produtivo, o analista aponta a oportunidade de reduzir emissões no transporte rodoviário. “A substituição de óleo diesel por biodiesel é totalmente possível nesses motores. Há indícios, inclusive, de uma pré-disposição do setor em utilizar veículos abastecidos com biocombustíveis em toda sua logística de distribuição”, explica Julio Cesar Pinguelli.

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Fonte: Jornal da Bioenergia

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