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CBMM e IPT produzem didímio metálico pela 1ª vez no país

15 de fevereiro de 2016

O elemento é constituído de praseodímio e neodímio, usados na fabricação de superímãs, utilizados em turbinas eólicas e em carros elétricos e necessários em dispositivos eletrônicos

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) produziram, pela primeira vez no Brasil, 100 gramas de didímio metálico. O elemento é constituído de praseodímio e neodímio, elementos das terras-raras usados na fabricação de superímãs, utilizados em turbinas eólicas e em carros elétricos e necessários em dispositivos eletrônicos.
 
A CBMM, parceira do IPT no projeto, é líder mundial na exportação de nióbio, metal extraído da reserva mineral em Araxá (MG), que possui também alto teor de terras-raras. A companhia desenvolveu uma planta-piloto de separação das terras-raras e deu sequência ao trabalho em uma planta laboratorial. Nessa planta, a CBMM separa os óxidos dos principais metais de terras-raras contidos no minério, dentre eles o óxido de didímio.
 
“A obtenção do didímio mostra que é possível, num futuro breve, a sua produção em escala industrial, contribuição definitiva para completar a cadeia dos ímãs de alto desempenho, peças-chave nas turbinas eólicas e carros elétricos, mas também necessários em dispositivos eletrônicos. A ideia é que se tenha no país domínio tecnológico de toda a cadeia produtiva dos ímãs permanentes, desde a extração mineral das terras raras até a fabricação dos ímãs”, afirma João Batista Ferreira Neto, pesquisador do Centro de Tecnologia em Metalurgia e Materiais (CTMM) do IPT e coordenador do projeto.
 
Para dar andamento à produção dos superímas, faltava a redução do óxido de didímio em metal, gerando o didímio metálico, escopo do convênio da CBMM com o IPT. Dessa forma, o didímio foi obtido a partir de um trabalho de desenvolvimento de reatores e de processos de redução, que estão sendo investigados no projeto.
 
Com a concentração e produção do óxido a partir das terras-raras e a tecnologia para a fabricação de superímãs, já dominada por algumas universidades e institutos no Brasil, como o IPT, o ciclo da cadeia produtiva será fechado, segundo o instituto.
 
Com duração de dois anos e previsão de término em junho de 2016, o projeto caminha agora para testes de rotas e processos, otimização de parâmetros de operação e controle do nível de pureza do didímio.
 
Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o Brasil possui a segunda maior reserva de terras-raras do mundo. No entanto, o país ainda não explora comercialmente os elementos, mercado que é dominado pela China.
 
“O projeto da CBMM é estratégico, pois abre portas para o país garantir internamente e também exportar um produto fundamental para indústrias de elevado conteúdo tecnológico, que têm demandas crescentes”, ressalta Ferreira Neto.
 
As terras-raras são um grupo de 17 elementos químicos essenciais à fabricação de itens tecnológicos como tablets, smartphones, aparelhos de ressonância magnética, carros híbridos, catalisadores para refino de petróleo e turbinas de energia eólica. Com informações do IPT.
 
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