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O concreto e o vidro usados na construção acarretam maior gasto de energia
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A construção de cidades mais sustentáveis não é desafio apenas do poder público. Toda a sociedade, incluindo consumidores e setores produtivos, pode e deve dar a sua contribuição para construir cidades ambientalmente corretas. E, nesse processo, o perfil das construções e dos edifícios da selva de pedra faz muita diferença, pois a estruturação de cidades sustentáveis passa por construções sustentáveis. O modelo atual de construção civil em capitais como Belo Horizonte, baseado em materiais como concreto e vidro, apresenta desafios importantes a serem superados para construirmos um futuro cada vez mais verde. A ampliação do uso de materiais ecologicamente corretos e o aumento da eficiência energética na produção desses mesmos materiais são pontos-chave para soluções eficientes e viáveis para as nossas cidades. Nas quentes cidades brasileiras, o concreto utilizado apresenta isolamento térmico baixo em relação a materiais similares como os blocos cerâmicos. Já o vidro, muito presente em prédios considerados modernos, gera aumento significativo de calor dentro dos edifícios.
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Ao contrário da Europa, onde há domínio do clima temperado, com necessidade de luz e de aquecimento do ambiente, o uso abundante de vidro no clima tropical brasileiro resulta em aumento excessivo da temperatura com a entrada de luz nos ambientes. A má escolha de materiais acarreta elevação na conta de energia, devido a despesas com ar-condicionado, comprometendo a etiquetagem ambiental de uma edificação. Blocos e telhas cerâmicas, granito ou mármore são exemplos de materiais que colaboram para o isolamento térmico. Adaptar as demandas de sustentabilidade à realidade de nossas condições climáticas é o primeiro passo para adotarmos parâmetros inteligentes. Mas a virada necessária para a construção de cidades mais sustentáveis demanda medidas mais ousadas que as escolhas de consumidores. O poder de ação dos órgãos públicos se faz fundamental. E, nesse ponto, Belo Horizonte conta com um bom exemplo europeu: Copenhague, na Dinamarca. A cidade quer ser o primeiro município no mundo a neutralizar as emissões de carbono. Para zerar as emissões de combustíveis fósseis, a receita dinamarquesa é conhecida e seguida com rigor: planejamento urbano, expansão consistente do transporte público e elevadas exigências de eficiência energética para as edificações.
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Para atender essas exigências, um dos elementos construtivos mais presentes são os tijolos cerâmicos. Não somente nas antigas, mas em praticamente todas as novas edificações. Além do isolamento térmico, utilizam os tijolos por eles ajudarem na qualidade do ar interno, devido à sua porosidade e características físicas próprias da argila que nenhum outro material oferece. Por lá, o uso da bicicleta também é incentivado não como diversão nos fins de semana, mas como meio de transporte diário. As estações de metrô contam com bicicletários, para evitar as emissões até mesmo na chegada de cada trabalhador. Não há soluções mágicas: a legislação, o comprometimento dos setores produtivos, a escolha consciente dos consumidores e o envolvimento de toda a sociedade civil são os alicerces da construção de edifícios e de um futuro mais verde.
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Fonte: Estado de Minas
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