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EBX tem US$ 9 bilhões em caixa para tocar projetos

26 de setembro de 2012

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As empresas da holding EBX, de Eike Batista, têm hoje um caixa consolidado de US$ 9 bilhões, dinheiro suficiente para garantir as atividades das diferentes companhias por um período de dois anos, na avaliação de fontes próximas ao grupo. Os recursos não cobrem 100% das necessidades, mas asseguram uma situação confortável em “larga escala” até 2014. Entre analistas de bancos existe, porém, a avaliação de que várias das empresas da EBX – a maioria delas em fase pré-operacional – precisarão buscar recursos nos mercados de capitais para fechar as contas e executar os planos de negócios dentro dos prazos e dos custos.

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Dados do Valor Data indicam que o conjunto das seis empresas de capital aberto da EBX (CCX, LLX, MMX, MPX, OGX e OSX) tinham, no fim de junho, caixa de cerca de R$ 10 bilhões (US$ 5 bilhões). O montante é aproximadamente 55% dos US$ 9 bilhões que o EBX tem em caixa hoje. Mas a diferença talvez possa ser explicada pelo fato de que foram incorporados ao caixa R$ 1 bilhão aportados pela alemã E.ON, que fez joint venture para desenvolver projetos de geração de energia com a MPX, e US$ 2 bilhões aportados pelo fundo Mubadala por uma fatia de 5,63% na holding.

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Em nota, a EBX afirmou que o grupo está capitalizado, com cerca de US$ 9 bilhões em caixa, recursos suficientes para garantir a execução dos projetos desenvolvidos no país. “Todas as companhias de capital aberto do grupo EBX vêm cumprindo seus planos de negócios em dia, com funding substancialmente equacionado para os próximos anos.” O grupo desmentiu que Batista queira se desafazer da OSX, a empresa de estaleiros do grupo: “Eike [Batista] não está vendendo a OSX.”

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Apesar do otimismo da EBX, o problema é que hoje existe um cenário distinto dos anos anteriores, quando havia alta liquidez nos mercados e investidores empolgados com o crescimento brasileiro e também com os negócios do grupo. No minério de ferro, segmento em que o grupo atua, a situação é de volatilidade nos preços em função das incertezas na economia chinesa. O momento é desfavorável para se financiar e pode levar os projetos a ficarem mais caros.

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A EBX indicou, em julho, que o plano de investimentos do grupo era de US$ 15,7 bilhões, segundo noticiado pelo Valor. Pelas contas de bancos de investimento, somente três empresas da holding – OGX (petróleo), CCX (carvão) e MMX (minério) – têm planos que somam US$ 13 bilhões em investimentos até 2014.

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Relatório do Barclays aponta que a CCX, empresa com ativos de carvão na Colômbia, vai precisar buscar no mercado cerca de US$ 1,5 bilhão. Para o Barclays, a lacuna de financiamento é a maior fonte de preocupação em relação à CCX. O valor de mercado da empresa situa-se em cerca de US$ 300 milhões, mas os projetos vão requerer financiamentos de pelo menos US$ 5,5 bilhões. O Barclays considera que vai ser desafiador para a empresa levantar os recursos nas atuais condições do mercado.

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Fonte próxima ao EBX disse, no entanto, que o caixa disponível é mais do que o necessário para conduzir as atividades previstas da CCX ao longo de 12, 18 ou até 24 meses. Outro exemplo é o da mineradora MMX, que tem planos de investir R$ 4,8 bilhões na expansão do projeto de Serra Sul (MG). O mercado estima que a lacuna de financiamento, no caso da MMX, chega a R$ 1,5 bilhão até fim de 2014. A avaliação é que a MMX não terá geração de caixa suficiente para contribuir com o projeto de Serra Sul, o que vai levar a empresa a ir ao mercado para aumentar o capital ou buscar uma associação.

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O Goldman Sachs mantém recomendação de venda das ações da MMX. Para a fonte ligada ao EBX, a MMX está com a estrutura de financiamento equacionada para o porto em construção, no Rio, e para grande parte do projeto da mina de Serra Sul por período de um ano e meio a dois anos. E a empresa, segundo a fonte, terá receitas suficientes para conduzir seu plano de negócios com tranquilidade. Em 2013, a MMX deve ter receita operacional líquida de R$ 2 bilhões, número que deve chegar R$ 3,49 bilhões em 2014, segundo projeções de mercado.

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No caso da OGX, empresa de petróleo da holding, o caixa, em junho, era de quase R$ 6 bilhões. Relatório do Goldman Sachs sobre o setor de petróleo e gás publicado em julho projetou necessidades de investimento para a OGX de US$ 1,6 bilhão em 2012; de US$ 1,9 bilhão, em 2013; e de US$ 2,4 bilhões, em 2014. Relatório do BTG Pactual mostrou que em 2013 a OGX deve registrar receita líquida de R$ 2,4 bilhões, 51% abaixo da previsão anterior.

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As ações da OGX enfrentaram fortes oscilações, em junho. Mas desde esse estresse, o mercado nota mudanças na comunicação do grupo. Batista não fez como em outros momentos em que deu uma série de declarações. No entanto, muitas notícias surgiram. Na OGX, executivos foram trocados. A alta rotatividade de executivos nas empresas da EBX é algo mal visto pelo mercado.

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Na LLX, uma oferta para fechamento de capital foi lançada e depois abandonada. Na MPX, surgiram rumores de que a sócia E.On poderia aumentar a fatia na empresa. E a OSX estaria em negociações com a Sete Brasil, parceria desmentida pelas empresas. Batista também estaria vendendo 49% da AUX, empresa de ouro do grupo, para o fundo soberano do Qatar, em uma operação de cerca de US$ 2 bilhões.

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Fonte: Valor Econômico

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