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Ferro pode ser o próximo combustível dos automóveis

17 de dezembro de 2015

A ideia é substituir os atuais motores de combustão interna dos carros por motores de combustão externa, que usam calor de uma fonte externa para alimentar um motor.

"Usar pós metálicos como combustíveis recicláveis que armazenam energia primária limpa para uso posterior é uma solução alternativa muito promissora", diz o professor Jeffrey Bergthorson, da Universidade McGill, em Montreal. Ele é autor principal do artigo “Direct combustion of recyclable metal fuels for zero-carbon heat and power”, publicado na edição de dezembro da revista científica Applied Energy.
 
A ideia é substituir os atuais motores de combustão interna dos carros por motores de combustão externa, que usam calor de uma fonte externa para alimentar um motor. O conceito de combustão externa não é estranho: os motores a vapor, as usinas nucleares e todas as termoelétricas partem desse princípio.
 
Estudos para a produção de energia a partir da queima de pós metálicos também não é nova. Fogos de artifício e os foguetes de combustível sólido que levam satélites ao espaço são exemplos do uso dessa tecnologia. Contudo, o propósito da equipe é usar metais em pó como combustível reciclável para automóveis.
 
“Tecnologias limpas para gerar eletricidade, principalmente solar e eólica, avançam rapidamente, mas não podem ser usadas para todas as coisas em que o petróleo e o gás são usados hoje, como transporte e no comércio global de energia”, diz Bergthorson.
 
Quando queimam, os pós metálicos reagem com o ar para formar óxidos sólidos estáveis e não-tóxicos, que poderiam ser recolhidos e "recarregados", bem diferente dos motores a combustão interna atuais que emitem CO2 e outros gases que escapam para a atmosfera.
 
A equipe demonstrou que, usando um queimador apropriado, a chama produzida pelos pós metálicos pode ser controlada e estabilizada usando um fluxo contínuo de partículas em suspensão no ar. Assim, a queima dos metais em pó não parece diferente de um queimador a gás, por exemplo.
 
"As densidades de energia e potência dos motores de calor alimentados por metais que estão sendo propostos devem se aproximar dos motores de combustão interna alimentados por combustíveis fósseis atuais, tornando a tecnologia atraente para uma futura sociedade de baixo carbono", diz o artigo.
 
Eles recomendam apostar no ferro em pó como combustível porque é um elemento barato, abundante e que já possui toda uma indústria em funcionamento, além de ser facilmente reciclável por tecnologias simples, ainda que não totalmente livres da emissão de dióxido de carbono.
 
O próximo passo para transformar os resultados de laboratório em tecnologia utilizável será "construir um protótipo de queimador e acoplá-lo a um motor de calor. O desenvolvimento de processos de reciclagem de metais que não envolvam emissões de CO2 também é crítico", diz Bergthorson.
 
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