A Gerdau acaba de colocar em marcha sua nova linha de laminação de chapas grossas na usina de Ouro Branco, antiga Açominas, a 100 quilômetros de BH.
Chapas grossas são usadas na fabricação de estruturas e equipamentos pesados como navios, plataformas marítimas, tratores e máquinas rodoviárias, grandes tubos para petróleo ou construções industriais, entre outros.
A expectativa da empresa é a de que o tempo necessário para a aceleração progressiva da produção até que seja atingida a capacidade máxima do laminador de chapas grossas (curva de run up) – de 1,1 milhão de toneladas ao ano dentro de cerca de três anos – coincida com a recuperação do mercado de aço. O retorno dos investimentos em infraestrutura é inevitável. E vai acontecer. “E, quando acontecer, precisarão desse aço”, disse, ontem, o diretor Industrial da Gerdau, Rodrigo Belloc Soares.
Início tímido
O início, no entanto, será tímido. A nova linha entrou em operação experimental no último mês de julho. Neste ano, serão produzidas apenas 100 mil toneladas de chapas grossas. Já a linha de bobinas a quente atingiu em 2016, depois de três anos em aceleração, a capacidade plena de 800 mil toneladas ao ano.
Exportação
Por hora, no entanto, a Gerdau continuará exportando o que o mercado interno não consumir.
Os executivos não detalham o volume de exportação por produtos, mas da produção total da usina de Ouro Branco, de 4,5 milhões de toneladas ao ano (dividida entre longos, como fios, barras, perfis e dormentes, e os planos, bobinas e chapas grossas), cerca de metade está sendo exportada.
Boa logística
Apesar de longe do mar, a unidade possui uma boa infraestrutura logística para exportar, já que a usina de Ouro Branco é servida pelas linhas férreas da VLI (para o Espírito Santo, onde a empresa possui sociedade em um porto) e MRS (para o Rio de Janeiro). Além disso, está a apenas nove quilômetros de distância de suas duas minas próprias de minério de ferro (Várzea do Lopes e Miguel Burnier), o que, segundo Belloc, é um grande diferencial competitivo.
“Logicamente, as melhores margens sempre são as do mercado interno. Mas, quando não vendemos por aqui, conseguimos competir de igual para igual com os grandes players no mercado internacional. Somos competitivos para brigar com siderúrgicas chinesas ou de qualquer lugar do mundo”, disse o executivo.
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