HORIZONTE INVESTIRÁ US$ 520 MILHÕES EM PROJETO DE NÍQUEL NO PARÁ
16 de outubro de 2015
A Horizonte Minerals vai colocar US$ 520 milhões no projeto de níquel Araguaia, em Conceição do Araguaia (PA), segundo apresentação feita pela mineradora a investidores no final de setembro deste ano.
A Horizonte Minerals vai colocar US$ 520 milhões no projeto de níquel Araguaia, em Conceição do Araguaia (PA), segundo apresentação feita pela mineradora a investidores no final de setembro deste ano. O valor do capex sofreu uma queda de 10,3% em relação à previsão anterior de US$ 580 milhões.
A companhia adquiriu, no fim de setembro, o projeto de níquel da Glencore, que também se chama Araguaia, por aproximadamente US$ 8,8 milhões. O projeto fica próximo ao projeto Araguaia, da Horizonte, e será incorporado a ele, formando um único empreendimento e um dos maiores projetos de níquel saprolítico do mundo em termos de área e de teor.
Na apresentação, a Horizonte afirmou que a combinação dos dois projetos vai permitir otimizar os investimentos. Segundo o presidente da mineradora, Jeremy Martin, o investimento será feito com recursos próprios e dívida. O dinheiro será usado para desenvolver a mina, mas sobretudo para erguer uma unidade de beneficiamento.
A empresa quer levar o empreendimento adiante, mesmo com os baixos preços das commodities minerais e metálicas no mercado. "É o momento certo para desenvolver o projeto", disse Martin em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico.
O executivo se mostrou otimista, apesar de os preços do níquel estarem em um dos menores patamares dos últimos anos. Ele afirmou que a transação com a Glencore ocorre em momento em que os preços do níquel estão no patamar inferior de preços, mas com base em previsões de analistas, acredita que os preços do níquel vão se recuperar justamente quando o projeto Araguaia estiver entrando em produção em 2019. No ano que vem serão investidos US$ 5 milhões adicionais no projeto.
O fechamento da compra dos direitos minerários da Glencore no Pará ainda depende do cumprimento de condições legais, e a previsão é que o projeto entre em operação em 2019, com capacidade para produzir 75 mil toneladas de ferro-níquel por ano e vida útil das reservas de 25 anos. A empresa aguarda a obtenção da licença ambiental pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas).
"Combinar os dois projetos no Araguaia para fazer um mega projeto tem sido um objetivo de longo prazo da companhia faz algum tempo", afirmou Martin. A Horizonte está presente no Brasil há mais de seis anos e o projeto é o único negócio desenvolvido por ela.
A gerente de sustentabilidade da Horizonte, Katie Millar, disse que há três etapas a serem cumpridas a curto e médio prazos. As duas primeiras fases incluem a revisão das estimativas de recursos e reservas e dos dados econômicos dos projetos e a última etapa considera a realização de um estudo de viabilidade e de engenharia dos dois projetos que deve demandar US$ 15 milhões em investimentos em 2016 e 2017.
Com a aquisição do ativo da Glencore, o desenho dessa unidade não muda, segundo Katie. "O teor [de níquel] vai aumentar pelo projeto da Glencore, que vai melhorar o retorno do investimento", disse. O produto que sairá dessa planta terá 30% de níquel e 70% de ferro e a produção deve ser exportada.
Katie afirmou ainda que a empresa estuda alternativas logísticas para escoar a produção do metal, o que será definido pelo estudo de viabilidade. Uma das alternativas é fazer o transporte do minério de níquel via rodoviária até um porto no Pará.
A Horizonte opera no Brasil por meio da Araguaia Níquel Mineração e tem, segundo o website Jazida.com, 52 direitos minerários de ouro, cobre, níquel, fosfato e minério de ferro, todos no Pará.
Fonte: Notícias de Mineração Brasil
