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Minas de cobre do Chile perdem competitividade

10 de abril de 2013

Há décadas as mineradoras globais extraem cobre nas altas montanhas do Chile, mas agora também estão considerando novos investimentos na América do Norte, pois o grau de pureza do minério de cobre está

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Há décadas as mineradoras globais extraem cobre nas altas montanhas do Chile, mas agora também estão considerando novos investimentos na América do Norte, pois o grau de pureza do minério de cobre está em declínio nas minas chilenas, enquanto os custos de produção aumentam.

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O Chile tornou-se o maior produtor mundial de cobre após criar a estatal Corporación Nacional del Cobre de Chile, a Codelco, em 1976, atraindo depois grandes mineradoras com suas ricas jazidas de cobre e mão de obra mais barata.

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Hoje, porém, a indústria mineradora chilena enfrenta custos crescentes para desenvolver novas formas de explorar o potencial das reservas. Os gastos das mineradoras do país com eletricidade e a dessalinização da água do mar, que é bombeada para as minas em altitudes de até 4.000 metros, estão aumentando. Os salários no Chile também subiram acima dos praticados nos Estados Unidos para certos trabalhadores, enquanto a produtividade vem ficando para trás. Ao mesmo tempo, nos EUA o boom do gás de xisto oferece a esperança da energia barata, apesar de um ambiente regulatório mais rigoroso para as licenças de mineração.

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A competitividade global do Chile na mineração de cobre está diminuindo, o que deve beneficiar a América do Norte, disseram executivos da BHP Billiton Ltd., BHP.AU +1.38% Anglo American AAL.LN +2.49% PLC e Antofagasta ANTO.LN +1.67% PLC, em uma reunião do setor em Santiago do Chile, o evento anual Semana Cesco, iniciado ontem.

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“Acreditamos que a América do Norte voltou a ser uma área mais competitiva para a produção de cobre”, disse o diretor-presidente da Antofagasta, Diego Hernandez.

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Essa é a principal razão para a Antofagasta, que tem ações negociadas na Bolsa de Londres, ter uma filial em Toronto, no Canadá, e buscar mais ativamente oportunidades na América do Norte, disse Hernandez.

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O novo interesse por projetos na América do Norte está ocorrendo apesar do reconhecimento, por parte de mineradoras como a BHP Billiton, que o declínio do grau de pureza do cobre chileno acompanha uma tendência mundial e que a demanda pelos recursos de cobre do Chile deve continuar.

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Globalmente, o grau de pureza do minério de cobre vem diminuindo a uma média de 2,8% ao ano nos últimos dez anos, segundo a BHP Billiton. No Chile, o grau de pureza está em cerca de 0,8% a 1,0% de cobre no minério, de acordo com a empresa. Mesmo com o declínio previsto para perto de 0,7% de cobre até 2025, o minério chileno continuará sendo um dos mais puros do mundo.

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A alta produtividade nas indústrias de mineração e construção dos EUA também torna o país um bom lugar para fazer negócios, de acordo com John MacKenzie, diretor-presidente da Divisão de Cobre da Anglo American.

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“Para nós, o maior desafio no Chile é ter certeza de que os níveis de produtividade passem a refletir os aumentos que estamos vendo nos níveis salariais”, disse MacKenzie. “Fizemos algumas comparações de produtividade da mão de obra de construção e, em muitas áreas no Chile, ela é cerca de um terço da que se vê nos EUA. Assim há uma grande oportunidade para melhorar significativamente os níveis de produtividade no país.”

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Estudos semelhantes realizados pela BHP Billiton mostraram que o Canadá também tem uma produtividade muito melhor que o Chile. “A indústria chilena está se tornando significativamente menos competitiva em comparação com o resto do mundo”, disse Peter Beaven, presidente da divisão de Metais Básicos da BHP Billiton, em uma coletiva de imprensa na semana passada. “Nos EUA, o custo da mineração é muito menor que no Chile.”

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Como exemplos, Beaven citou que a BHP Billiton paga a um motorista de caminhão nos EUA cerca de US$ 60.000 por ano, enquanto no Chile esse salário é bem superior a US$ 70.000; paga de US$ 0,03 a US$ 0,05 por quilowatt-hora de eletricidade nos EUA, em comparação com até US$ 0,15 no Chile; e há abundância de água doce disponível nos EUA, que não necessita de dessalinização.

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A revolução do gás de xisto nos EUA e seu impacto sobre os preços da eletricidade “poderia ser um incremento positivo [para atrair investimentos de mineração para os EUA], mas os aspectos ambientais e de regulamentação das permissões são uma questão fundamental”, disse Patrick Jones, analista da Nomura Securities. Nos EUA, pode levar até dez anos até que uma mina entre em produção, devido à regulamentação e ao rigoroso processo de concessão de licenças.

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Mas os custos de produção no Chile poderiam diminuir se as mineradoras adiarem expansões devido à queda dos preços do cobre e os fornecedores de energia forem obrigados a oferecer preços melhores, disse MacKenzie.

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A BHP Billiton está considerando outras opções para melhorar a eficiência no Chile. A mineradora investiu em treinamento de produtividade, ministrado por gerentes de operações dos EUA, para seus colegas chilenos, com bons resultados.

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No entanto, mesmo se o treinamento de eficiência atenuar o problema da produtividade, não reduz os custos crescentes com energia nem resolve o problema da escassez de água, de acordo com ele.

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O setor de mineração chileno enfrentará uma paralisação de 24 horas hoje. Segundo os líderes sindicais, cerca de 25.000 trabalhadores em minas de cobre vão deixar suas ferramentas de lado para protestar contra o que eles consideram demandas não atendidas por melhores pensões e planos de saúde, redução da terceirização e melhores condições de segurança.

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“Vamos paralisar 100% da produção de cobre no Chile”, disse Gustavo Tapia, diretor da Federação de Mineração do Chile, em entrevista a jornalistas.

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Representantes do sindicato disseram que também estão pedindo a reestatização da produção de cobre atualmente nas mãos do setor privado.

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Ontem, o presidente-executivo da Codelco, Thomas Keller, minimizou os efeitos da greve planejada. “Esperamos que o impacto seja limitado. Não gostamos de nenhum tipo de interrupção da produção”, disse Keller a jornalistas estrangeiros. Ele acrescentou que a empresa tem um plano de contingência para enfrentar a paralisação.

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Fonte: The Wall Street Journal

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