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Minas Gerais e o drama do minério de ferro de Itabira

19 de fevereiro de 2012

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Itabira, a Cidade do Ferro, berço da Companhia Vale do Rio Doce, vive desde a sua fundação, em 1942, um dilema: o que fazer depois que o minério de ferro acabar e a Vale for embora?

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Observadas as devidas proporções, Minas Gerais, infelizmente, ainda trilha a mesma vocação extrativista de séculos passados. Os empregos de alta qualidade aqui existentes, proporcionados pelas indústrias de maior valor agregado, pelo comércio ou pelo setor de serviços não têm sido capazes de reverter os caminhos de Minas.

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Enquanto durar a extração de minérios, a economia mineira vai continuar exportando commodities e proporcionando, como se vê nos 15 municípios que mais exportam, as melhores posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o pleno emprego. Porém, e depois?

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No caso das exportações agrícolas, como o café e a soja, elas são renováveis e podem durar para sempre, lastreadas na alta tecnologia do trato da terra e nas generosas estações de chuvas das regiões produtoras. Mesmo assim, esse aparente bem estar econômico depende da monocultura, que deixa esses municípios expostos ao movimento cíclico da economia globalizada.

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A nova Itabira hoje é conhecida pelo nome de São Gonçalo do Rio Abaixo, cujas exportações saltaram de R$ 46 milhões para mais de R$ 2 bilhões, entre 2006 e 2011, por conta da entrada em operação, na cidade, da maior mina de minério de ferro da Vale no Estado. As mais de 30 milhões de toneladas de minério de ferro que a mina Brucutu produz anualmente são exportadas.

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A siderurgia não é o foco da Vale, embora a empresa tenha sociedade com a ThyssenKrupp na Siderúrgica do Atlântico, uma das maiores e mais modernas do mundo, inaugurada no Rio de Janeiro, em 2010. A produção está voltada para a exportação de placas para serem laminadas nas unidades da ThyssenKrupp no Alabama (Estados Unidos) e Alemanha, que, por sua vez, venderão o produto final para a indústria automobilística e de eletrodomésticos.

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Já é um avanço a Vale se associar à multinacional alemã ThyssenKrupp e instalar uma siderúrgica de última geração no Rio de Janeiro. Bem que poderia ser em Itabira ou São Gonçalo do Rio Abaixo. Além disso, as placas poderiam ser laminadas em território mineiro e não na Alemanha ou nos EUA.

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Essa é uma decisão empresarial, mas as políticas públicas do Estado deveriam ser capazes de viabilizar o milagre de atrair novos empreendimentos para ampliar o parque siderúrgico mineiro.

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Em entrevista que publicamos hoje, o prefeito de São Gonçalo, Raimundo Barcelos, traduz o sentimento que assola as Gerais: “A Vale não nos faz nenhum favor. O recurso que entra é de imposto, porque ela leva a riqueza da cidade. Na mina tem mais de 2 mil funcionários, mas apenas 200 são daqui.”

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O minério só dá uma safra, já dizia Artur Bernardes, que presidiu Minas de 1918 a 1922. Desde então, o que mudou?

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Fonte: Hoje em Dia

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