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Minas vai concorrer com a China nas terras-raras

24 de maio de 2012

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Canadense MBac e CBMM vão produzir minérios para indústria de ponta e de fertilizante e Brasil entra no mercado internacional dominado pelo gigante asiático. Estado atrai investidor estrangeiro

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Minas Gerais está próxima de se tornar fornecedora dos metais de terras-raras, riqueza concentrada nas mãos dos produtores chineses, que dominam 96% da produção mundial dessas substâncias. Os óxidos e metais obtidos a partir desse grupo de 17 elementos têm aplicações nobres na indústrias de telas para computadores e televisores, superimãs para motores, catalisadores para refino de petróleo e geradores de energia eólica, entre outras destinações. Os primeiros projetos da iniciativa privada para explorar as terras-raras no estado começam a tomar forma. A multinacional canadense MBac assina em junho com o governo estadual um protocolo de investimentos para trabalhar em áreas promissoras de Araxá, no Alto Paranaíba, onde o diretor-geral da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Tadeu Carneiro, anunciou na terça-feira ter desenvolvido tecnologia para o processamento de quatro dos elementos, um dos maiores obstáculos para a extração e comercialização das reservas em Minas.

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A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico negocia, ainda em fase de sigilo, com outras empresas, entre uma dezena de investidores estrangeiros que já procuraram o Palácio Tiradentes este ano, informou, ontem, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, subsecretário de Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico e Política Energética. A Vale já está trabalhando em Patrocínio, também no Alto Paranaíba, para entrar nesse mercado em 2015, conforme anunciou o presidente da companhia, Murilo Ferreira, em recente entrevista ao Estado de Minas. 

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“As empresas que saírem na frente vão ocupar um mercado valioso, mas que enfrenta o gargalo tecnológico. Para o estado, o ganho está em poder agregar valor a sua produção mineral”, afirma Paulo Sérgio Machado. De fato, antes de instalar uma unidade industrial em Araxá, a canadense MBac planeja implantar uma planta piloto para desenvolver o processo de concentração de óxidos. A expectativa é que ainda este ano, a empresa obtenha o método, informou ao EM o vice-presidente de serviços técnicos da MBac Fertilizantes no Brasil, Carlos Braga. “Nosso interesse inicial em Araxá era na produção de fosfato, mas descobrimos potencial interessante para terras-raras”, afirma. 

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Minas Gerais detém 39 mil toneladas das 40 mil toneladas de reservas medidas dos minerais de terras-raras no Brasil, de acordo com levantamento feito pelo geólogo Romualdo Homobono Paes de Andrade, da área de desenvolvimento da mineração do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM). Ele observou uma corrida nos últimos dois anos pelos requerimentos de pesquisa da substância, com um aumento de 41% dos pedidos, que saltaram de 65 em 2010 para 92 em 2011. Desde janeiro, mais 12 requerimentos já foram apresentados. Os alvos principais estão em Goiás, Tocantins e na Bahia. O potencial do país e, consequentemente, de Minas Gerais, é, por enquanto, muito pouco conhecido.

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“Os óxidos e metais de terras-raras é que têm valor no mundo. O Brasil pode se tornar um produtor importante, mas temos que dominar a tecnologia para transformar essas substâncias em produtos”, alerta. As expectativas do governo mineiro e da prefeitura de Araxá de pôr o estado no mapa da produção mundial esbarram em desafios que as empresas terão de vencer para participar de um mercado que movimenta 120 mil toneladas por ano e uma receita de US$ 5 bilhões anuais. Com a grande produtora, na prática, a China maneja os preços – a tonelada que valia US$ 5 mil em 2000 chegou, no ano passado, a US$ 150 mil. 

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Os preços vivem, no entanto, um cenário de instabilidade e outro problema é a dificuldade de obtenção de licenças ambientais, observa Adriano Maciel Tavares, superintendente de desenvolvimento de Projetos da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. A INB já foi a única produtora do Cone Sul nos anos 60 de concentrado de terras-raras a partir de jazidas de monazita e hoje exporta todo o minério que extrai no Norte do Rio de Janeiro para a China processar. As reservas cariocas estão em fase de exaustão, devendo produzir por mais três a quatro anos. A vantagem dos chineses se revela em mais de 200 produtos ofertados, de óxidos a sais e metais.

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Cidade tecnológica no Triângulo

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Aproveitando o potencial de exploração de terras-raras na região do Barreiro, em Araxá, a prefeitura da cidade do Triângulo Mineiro dá início à implantação do projeto denominado Cidade Tecnológica. O empreendimento tem como foco o início do processo exploratório e de beneficiamento dos elementos químicos que compõem o conjunto chamado de terras-raras, envolvendo empresas e universidades renomadas do exterior que devem se instalar no município, criando assim um polo de conhecimento.

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Dada a concentração da tecnologia usada para beneficiamento dos produtos nas mãos dos chineses, outros países têm buscado criar programas próprios para processar os metais e, assim, ter a possibilidade de atrair investimentos voltados para alta tecnologia, como é o caso da indústrias de tablets e televisores de tela plana. No caso de Araxá, a cidade é apontada como destaque nesse segmento por ter terras em que as ocorrências estão em áreas mais superficiais. Por esse motivo, muitas empresas têm se mostrado interessadas em desembarcar na região para iniciar a caçada ao “novo ouro”.

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Na semana passada, representantes da prefeitura foram convidados para uma excursão pelos Estados Unidos. E o resultado foi a assinatura de protocolo de intenções com três instituições de ensino de primeiro escalão (Massachusetts Institute of Technology, Worcester Polytechnic Institute e Colorado School of Mines) para que elas componham o projeto Cidade Tecnológica. Outras duas universidades europeias, de Salamanca e Coimbra, já haviam assinado protolocos semelhantes. Com isso, alunos e professores de lá devem vir para a cidade e o mesmo é válido para o corpo docente de faculdades da região. Além disso, cursos de mestrado e doutorado devem ser ministrados por professores estrangeiros em Araxá.

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Ao todo, a prefeitura deve investir R$ 9 milhões na implantação do projeto, que consiste basicamente na desapropriação de terras para cessão para empresas e universidades. São quase 200 hectares, além do antigo Hotel Colombo pelo qual foram desembolsados R$ 3 milhões desse montante. Nos mais de 12 mil metros quadrados da hospedaria construída em 1926 e seu entorno, devem ser instalados laboratórios e salas de aula. No mês que vem, pela primeira vez estudiosos dessas instituições devem desembarcar na cidade para um seminário sobre terras-raras e conhecer as instalações. “Os laboratórios universitários dos Estados Unidos têm uma concepção diferente dos brasileiros. Eles são mais mercadológicos e firmam parcerias com instituições privadas”, afirma a secretaria de Comércio Exterior, Turismo e Parcerias e responsável pelo projeto, Alda Sandra Barbosa Marques.

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Entre as empresas que podem ocupar as instalações estão a Vale, que já tem uma planta de fertilizantes na cidade, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), a multinacional canadense MBac e a norte-americana HC Stark. A Associação Industrial de Tecnologias de Terras-raras (Reita na sigla em inglês) também se mostrou interessada. (PRF)

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Fonte: Estado de Minas

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