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Mineradoras menores ficam sem fundos

22 de agosto de 2012

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Pequenas e médias mineradoras estão enfrentando um aperto mundial no crédito, à medida que os preços das commodities caem e investidores e bancos escolhem com mais cuidado onde colocar seu dinheiro.

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Embora menos conhecidas que as gigantes da indústria da mineração – como Vale SA, Rio Tinto PLC e BHP Billiton – essas empresas menores são uma parte fundamental da cadeia alimentar do setor.

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Muitas delas são exploradoras minúsculas e especulativas que têm uma produção pequena ou quase inexistente. Mas as companhias maiores há muito as usam como um braço de exploração, comprando-as quando elas anunciam uma grande descoberta. Muitas outras participantes do setor têm uma produção real – o que, no agregado, pode ter um impacto no equilíbrio entre oferta e demanda global.

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Essas mineradoras menores viram seu valor de mercado engordar durante um boom de commodities que durou quase dez anos. Mas, agora, muitas estão queimando o caixa que levantaram nos mercados de capitais e, com a queda dos preços das commodities, estão tendo dificuldades de obter dinheiro novo para financiar suas operações.

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No ano passado, a Miranda Minerals Holdings Ltd., uma pequena companhia de carvão da África do Sul, foi forçada a desistir de uma emissão de direitos por falta de investidores. Ela completou há pouco tempo uma outra emissão, arrecadando 6,8 milhões de rands (US$ 817.000) que sustentarão a empresa pelos próximos meses. Mas a Miranda precisará de mais capital este ano, disse seu diretor-presidente, Andrew Johnson. “Nós estamos numa situação precária”, disse ele. “Se a [próxima] emissão de direitos não for bem, vamos procurar um comprador para assumir a empresa.”

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Os mercados de títulos de dívida estão cada vez mais difíceis para se obter dinheiro. As mineradoras de médio porte HudBay Minerals, do Canadá, e Coeur d”Alene Mines Corp., dos Estados Unidos, começaram ambas a emitir dívida este ano. E ambas cancelaram suas ofertas por causa da pouca demanda.

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Com os preços de alguns metais tendo caído até um terço desde meados de 2011, os investidores estão mais hesitantes em apostar de novo. Enquanto isso, os custos de mineração não diminuíram tanto quanto os preços das commodities, pressionando o fluxo de caixa e espantando investidores.

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Até agora neste ano, as mineradoras levantaram US$ 10,4 bilhões nos mercados mundiais de ações, menos que um terço do que elas conseguiram no mesmo período do ano passado e um quarto do volume de 2009, segundo a provedora de dados Dealogic.

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“Os mercados de ações estão sendo duros com as pequenas”, disse Fiona Perrott-Humphrey, uma consultora de mineração em Londres da firma de serviços financeiros Rothschild Group. “Os investidores estão com medo de pôr seu dinheiro em empresas onde não estão tendo retorno.”

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O índice S&P/TSX Capped Diversified Metals & Mining, que acompanha um grupo formado na maioria por mineradoras de médio porte, caiu quase 50% desde fevereiro do ano passado. Ações em queda tornam mais difícil levantar dinheiro porque as empresas têm que vender ativos por preços menores. Também podem fazer a empresa desistir de vender ações.

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Se as mineradoras não têm como obter capital, elas podem ter de abandonar projetos ou desativar minas. Alguns analistas receiam uma repetição do declínio acentuado na exploração do final dos anos 90. O aperto de crédito também leva os observadores do setor a prever uma reorganização das mineradoras de pequeno e médio porte.

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“Se elas não conseguirem se financiar […], algumas terão que procurar alternativas, seja a concordata ou uma consolidação”, disse Gilbert Chan, presidente da Nai Interactive Ltd., uma empresa canadense que aproxima investidores chineses de mineradoras canadenses.

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Algumas mineradoras endinheiradas estão detectando oportunidades.

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“Estamos olhando essas pequenas companhias de mineração que estão sofrendo, precisam de dinheiro e têm um parceiro de operação forte”, disse Andy Davidson, diretor de relações com investidores e desenvolvimento de negócios da Centamin PLC, uma mineradora de Londres que se concentra na exploração de ouro no Egito. “Há um monte de oportunidades neste momento.”

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Por outro lado, a notícia ontem de que a trading Glencore International PLC estaria cogitando encerrar seus esforços para comprar a mineradora anglo-suíça Xstrata levantou temores de que a atividade de fusões no setor possa esfriar ainda mais. (Leia mais sobre o assunto acima.)

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Diante da dificuldade em se financiar, as mineradoras estão experimentando outras fontes de capital. Um método cada vez mais comum é o “streaming”, no qual uma mineradora oferece aos investidores uma porção de sua produção futura em troca de um adiantamento de capital.

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Em maio do ano passado, a Thompson Creek Metals Co., dos EUA, obteve US$ 350 milhões vendendo títulos de dívida a investidores em uma oferta que ficou aquém da demanda. “Aquele mercado não existe mais”, disse Kevin Loughrey, diretor-presidente da Thompson Creek. O executivo disse que os investidores em dívida cobrariam juros mais altos agora.

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Isso depois de um primeiro semestre difícil e em meio à queda nos preços dos metais. Em maio passado, o preço da tonelada de molibdênio, o produto principal da Thompson Creek, estava pouco abaixo de US$ 36.000. Agora, ele está em US$ 25.000 a tonelada, mas os custos de mão de obra e combustível são praticamente os mesmos.

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A Thompson Creek está então se voltando para o “streaming”. Uma empresa especializada nesse tipo de acordo chamada Royal Gold Inc. concordou na semana passada em emprestar US$ 200 milhões para a Thompson Creek. Em troca, a mineradora venderá com desconto à Royal Gold 12,25% da produção de ouro refinado de uma de suas minas.

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Na segunda-feira, a Inmet Mining Corp., do Canadá, informou que a empresa de “streaming” Franco-Nevada Corp. lhe daria US$ 1 bilhão em troca da produção futura de uma mina de metais preciosos.

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Emissões privadas de ações para um grande investidor são agora comuns também. As condições dessas operações são cada vez mais ditadas pelos investidores, afirmam as mineradoras. Em junho, a Rio Verde Minerals Corp., um mineradora canadense que explora potassa e fosfato no Brasil, anunciou que levantou 12,8 milhões de dólares canadenses (US$ 12,9 milhões) através de investimentos privados, inclusive a venda de uma “participação estratégica” para a holding Agroindustrial, Projetos e Participações Ltda., de São Paulo.

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Mineradoras menores geralmente têm que aceitar os termos impostos pelos investidores, disse Stephen Keith, diretor-presidente da Rio Verde. “Temos que ser realistas sobre nosso lugar no mundo”, disse ele.

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Fonte: Valor Online

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