New Steel obtém patentes no Brasil e nos EUA para beneficiamento de minério a seco
5 de maio de 2016
A New Steel recebeu, em abril, uma carta patente para o “Processo e Sistema para Beneficiamento a Seco de Finos e Superfinos de Minério Óxido de Ferro através de uma Unidade de Separação Magnética”.
A brasileira New Steel recebeu, em abril, uma carta patente para o “Processo e Sistema para Beneficiamento a Seco de Finos e Superfinos de Minério Óxido de Ferro através de uma Unidade de Separação Magnética”. A empresa desenvolve uma tecnologia inovadora para substituir a flotação e transformar a mineração em uma atividade ecologicamente sustentável.
A empresa do grupo Lorentzen recebeu, no mês passado, patentes no Brasil e nos Estados Unidos pela criação do primeiro método no mundo de beneficiamento de finos de minério de ferro totalmente a seco. “Em época de crise hídrica e queda nos preços do minério de ferro, a técnica não usa sequer uma única gota de água, enquanto os métodos tradicionais gastam, pelo menos, mil litros para cada tonelada do minério”, diz a companhia, em e-mail enviado ao Notícias de Mineração Brasil (NMB).
A tecnologia se mostrou sustentável também economicamente. A nova técnica é capaz de transformar rejeitos de exploração mineral, com baixo teor de ferro e sem valor comercial, em um produto economicamente viável, com altos índices de ferro e baixos contaminantes.
“Antes, a única tecnologia disponível no mercado para elevar o teor de partículas muito finas de minério de ferro era a flotação, mas que, além do uso intensivo de água, não se sustenta economicamente no cenário atual de preços, tornando qualquer novo projeto inviável por demandar capital alto. É nesse cenário deprimido que novas tecnologias conseguem achar espaço e se consolidar. Somos parceiros das empresas de mineração para garantir a elas o retorno econômico com a certeza de que estão operando da forma mais consciente e limpa possível”, afirma Gustavo Emina, presidente da New Steel.
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) reconheceu a sustentabilidade da tecnologia, classificando seu pedido de registro como Patente Verde e concedeu a carta patente definitiva. No exterior, o título também já foi concedido nos Estados Unidos e ainda tramita em outros 26 países.
Beneficiamento a Seco
Os testes com a nova tecnologia criada no Brasil começaram a ser realizados em 2010, com a operação da primeira planta experimental de beneficiamento a seco da New Steel, em Minas Gerais. “Os resultados provaram a competitividade em termos de qualidade do produto e também nos custos de operação, o que levou a empresa a firmar contratos de longo prazo com as maiores mineradoras do mundo. Novas plantas industriais estão em fase de licenciamento ambiental no Brasil. Nos EUA, as negociações para implantar a nova tecnologia estão em andamento”, diz a nota da empresa que tem sede em Nova Lima (MG).
A atividade de extração mineral segrega uma grande quantidade de materiais de pouco valor comercial. Isso porque o minério de ferro negociado no mercado precisa ter, no mínimo, 58% de ferro. Logo, as mineradoras retiram a parte mais valiosa e separam o restante em pilhas, os chamados dumps, e descartam os rejeitos do processo produtivo em barragens.
“A partir deste material com baixo teor de ferro é que se faz o beneficiamento, a separação física do ferro dos demais minerais, em especial sílica, existentes nessas pilhas. E, desta forma, chega-se aos níveis desejáveis para a comercialização, podendo a New Steel produzir um concentrado de minério de ferro de alta pureza em escala industrial, com a obtenção de um produto Premium de até 68% de ferro, além de ser capaz de aproveitar partículas milimétricas de até 10 μm = 0,01 mm, o que gera uma alta taxa de recuperação se comparada às tecnologias existentes”, afirma a empresa.
A adoção de uma rota de processamento mineral integralmente a seco vai no sentido oposto ao do método tradicional de beneficiamento de minério de ferro, que utiliza muita água e gera grandes quantidades de rejeitos minerais. Esses rejeitos são estocados, produzindo assim um imenso passivo ambiental em todo o mundo, o que aumenta a dificuldade do mercado para conseguir licenciar novos empreendimentos.
A tecnologia desenvolvida pela New Steel não utiliza água durante o beneficiamento do minério, além de usar gás natural ou biomassa como fonte de energia. Os resíduos gerados, após a separação do ferro, são formados somente por areia (sílica), que podem ser usados em construção.
O controle acionário da New Steel é do Fundo de Investimento em Participações Hankoe, integrante do Grupo Lorentzen, que atua no Brasil há 50 anos. O grupo tem investimentos em diversos segmentos da economia, como navegação, por meio da empresa Norsul, líder no segmento de cabotagem de graneis secos com 30 navios; e na área florestal, com a Aflopar, além da New Steel e sua subsidiária Centro Tecnológico de Soluções Sustentáveis (CTSS), no setor de mineração.
Notícias de Mineração Brasil