Nova fábrica da Votorantim Cimentos no Pará começa operações
24 de junho de 2016
A unidade é a segunda da maior fabricante brasileira do insumo no Estado e a terceira da empresa na região Norte
O grupo Votorantim iniciou ontem (23), as operações na nova fábrica de cimentos no país, localizada em Primavera (PA). O presidente da companhia, Walter Dissinger, afirma que a fábrica teve investimentos de R$ 860 milhões e começa suas operações em meio a uma expectativa de retração do consumo de cimento do mercado interno de 15% este ano.
"A fábrica de Primavera é o fim do ciclo Brasil de investimentos", afirmou o executivo. A unidade é a segunda da maior fabricante brasileira do insumo no Estado e a terceira da empresa na região Norte. A unidade tem capacidade de produção anual de 1,2 milhão de toneladas de cimento, o que fará com que demanda a extração de até 1,68 milhão de toneladas de calcário por ano.
Segundo o executivo, "a região Centro-Norte é uma região de crescimento no médio prazo. Há grande déficit nos segmentos de infraestrutura e imobiliário na região do Centro-Norte, sobretudo no Pará", afirma Dissinger, ressaltando que Estados como o Amapá continuam importando cimento, algo que a Votorantim deverá suprir com a abertura da nova unidade.
De janeiro a maio, as vendas de cimento no Brasil acumularam queda de 13,9% na comparação anual, a 23,2 milhões de toneladas, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).
"Estamos esperando que o mercado caia cerca de 15% este ano, depois de recuar 10% no ano passado. Mas vemos sinais positivos nas medidas que estão sendo tomadas pelo governo que devem levar a uma retomada na indústria, o que deve ajudar no consumo do cimento.
Acreditamos que isso deve ocorrer no ano que vem", declara Dissinger.
Sobre o mercado, ele diz que "é muito difícil falar que vai crescer ano que vem, mas realmente essa retração forte com certeza vai desacelerar bastante ou mesmo passar a crescimento".
Com a abertura de Primavera, a Votorantim Cimentos se volta a projetos de melhoria da eficiência no Brasil, apostando em substituição do coque por outros insumos em seus fornos, enquanto segue estudando expansões fora do país, com foco em países como Estados Unidos, Marrocos, Turquia e Bolívia.
"No Brasil, são projetos de eficiência energética, vamos aumentar investimentos nisso. Não temos planos para novas expansões de capacidade no Brasil nos próximos 18 meses", afirma Dissinger.
Segundo o executivo, nos Estados Unidos a Votorantim Cimentos considera como mercados de crescimento importante a região dos Grandes Lagos e a Flórida, com o consumo de cimento nestas regiões subindo dois dígitos no ano passado. Do outro lado do Atlântico, a empresa está vendo o mercado marroquino crescendo este ano a um ritmo de 4% a 5%, enquanto permanece de olho na Turquia, onde o PIB avançou 4% no primeiro trimestre sobre um ano antes. "Estamos vendo uma oportunidade enorme de participar no mercado de Anatólia", declara.
Dissinger ressalta que a Votorantim Cimentos segue com planos de abrir seu capital em bolsa de valores, mas a perspectiva é no médio prazo. "Naturalmente, neste momento o mercado não está muito propício para fazermos um IPO. Defendemos a janela certa para que isso ocorra”, diz. Ele afirma que a Votorantim Cimentos não tem planos para comprar ativos no Brasil, mas estuda oportunidades fora do país.
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