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Novo patamar inviabiliza operações com baixa escala

11 de setembro de 2015

A alta de mais de 1100% na cotação do minério de ferro entre 2003 e 2011 levou mineradoras de pequeno e médio portes em termos globais a anunciarem uma série de investimentos em novas explorações do mi

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A alta de mais de 1100% na cotação do minério de ferro entre 2003 e 2011 levou mineradoras de pequeno e médio portes em termos globais a anunciarem uma série de investimentos em novas explorações do minério no Brasil. Quase todos esses investimentos foram paralisados ou evoluem de forma lenta, após a retração nas cotações internacionais. “Com o preço do minério na casa dos US$ 50 a tonelada, qualquer custo de produção próximo a esse valor torna inviável a operação”, diz José Fernando Coura, diretor- presidente do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM (www.ibram.org.br). 

O consultor Eduardo Raffaini, da Deloitte, diz que a disponibilidade de financiamento para projetos minerais também está bastante reduzida, dificultando ainda mais os investimentos, principalmente de projetos de pequeno e médio porte. “Nesse ambiente, projetos novos param, assim como trabalhos de prospecção. E investimentos em andamento são reavaliados. As empresas médias estão tendo que reestruturar suas atividades, enxugar custos, para se manter no mercado”, diz. Alcançar um patamar de custos abaixo de US$ 50 a tonelada não é uma tarefa simples, precisa unir escala e eficiência operacional. 

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A Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, no início deste ano trabalhava com um custo de US$ 43,4 a tonelada de seu minério entregue na China. E precisou realizar uma série de esforços para reduzir seus custos operacionais, logísticos e financeiros para US$ 39,1 no segundo trimestre. Como diz Fernando Coura, mineradoras de pequeno e médio porte dificilmente conseguem sobreviver no mercado transoceânico, dependendo de uma boa estratégia no mercado local. No momento, mineradoras de grande porte expandem sua produção, enquanto que minas com custos elevados são fechadas. Estima¬se que devem ser excluídos do mercado transoceânico minas que somam ofertas 90 milhões de toneladas em 2015. 

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No entanto 110 milhões de toneladas provenientes de minas de baixo custo devem chegar ao mercado. Segundo estimativas do Citigroup em 2013 as quatro maiores produtoras de minério de ferro ¬ Vale, Rio Tinto, BHP Billiton e a Fortescue Metals ¬ atendiam 65% da demanda mundial. Essa participação pulou para 71% em 2014 e o banco prevê que as empresas deverão responder por 80% do mercado até 2018. A queda nos preços internacionais levou a australiana Centaurus Metal a rever seus planos para o Brasil. A mineradora desenvolve dois projetos em Minas Gerais, na região de Ipatinga. Um denominado Jambeiro, com  reservas de 50 milhões de toneladas de minério com teor de ferro de 30%, o que exigiria a instalação de uma planta de beneficiamento. Um investimento total estimado em R$ 100 milhões. Bruno Scarpeli, gerente administrativo da companhia no país, diz que Jambeiro recebeu o licenciamento em 2013, mas encontra¬se em “stand by”.

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“As obras vão começar quando os preços compensarem”, diz o executivo. Na avaliação de Scarpeli, com o patamar atual de preços, a produção de minério de ferro só é interessante em duas situações. “Projetos muito grandes, que geram economia de escala, ou onde o teor mineral está acima de 60%, o que elimina custos com processos de beneficiamento.” O projeto Candonga da Centaurus encontra¬se na segunda situação. As reservas são estimadas em 11,9 milhões de toneladas e o teor de minério supera 60%. “No momento estudamos as possibilidades de viabilizar o projeto, buscar uma parceria talvez seja a solução”, afirma.

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No Amapá o projeto de explorar seis milhões de toneladas de minério de ferro em Pedra Branca do Amapari, a 183 quilômetros de Macapá, foi interrompido em 2014, após o desabamento de um porto construído para o escoamento da produção e não foi retomado. O projeto inicialmente desenvolvido pelo empresário Eike Batista estava sendo administrado pela companhia indiana Zamin Ferrous. Em julho, o governo estadual cancelou um contrato mantido com a mineradora de concessão da Estrada de Ferro Amapá, de 194 quilômetros, entre os municípios de Serra do Navio e Santana, por falta de conservação. A Zamin também trava uma disputa judicial internacional com o grupo Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC) do Cazaquistão pelo direito de exploração do projeto Pedra de Ferro, em Caetité, na Bahia. 

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A Zamin, que vendeu o direito de exploração para a ENRC em 2008, alega não ter recebido o total de pagamentos combinados. As informações no mercado são que o projeto Pedra de Ferro, que está sendo conduzido pela Bahia Mineração (Bamin), subsidiária da ENRC encontra¬se paralisado devido à disputa judicial e à conjuntura internacional. Procurada, a companhia não se manifestou sobre o status do projeto. O projeto Pedra de Ferro prevê a produção anual de 20 milhões de toneladas de minério de ferro. É considerado fundamental para a viabilidade de uma estrutura logística planejada pelos governos Federal e da Bahia. 

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A Ferrovia de Integração Oeste¬Leste (Fiol), obra que está a cargo da estatal Valec, terá 1.527 quilômetros de extensão ligando Ilhéus a Figueirópolis, no Tocantins, onde haverá um entroncamento com a Ferrovia Norte¬Sul. O primeiro trecho ligará Ilhéus à região de Caetité, onde está a Bamin. Uma obra estimada em R$ 5 bilhões. A outra obra é o projeto do Porto Sul, na região de Ilhéus, que o governo baiano pretende iniciar no próximo ano.

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Fonte: Valor Econômico

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