A presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e CEO da Anglo American Brasil, Ana Sanches, defendeu, na manhã desta 4ª feira (26/3), que as mineradoras busquem refletir em seus organogramas funcionais a presença feminina, conforme sua representatividade na população do Brasil. Ela citou que, segundo o censo IBGE 2022, as mulheres representam 51,5% dos cidadãos, mas a mineração conta com 23% de representatividade feminina, segundo dados do movimento Women in Mining Brasil (WIMBrasil).
Ana Sanches, presidente do Conselho Diretor do IBRAM
“Se somos mais da metade do país, onde estamos, que não estamos tão presentes assim no setor mineral? Por que essa representatividade não está refletida no setor?”, questionou. Ela também citou estatísticas da Fundação IBGE sobre a população que se declara preta e parda: 55,5% da população e disse que esta parcela também precisa estar refletida no setor. “Olhem à sua volta. Onde está essa representatividade? Vejam na sala em que estamos, ou na última reunião de que vocês participaram. E na liderança das empresas de vocês”, provocou.
Para Sanches, a pauta DEI vai além do politicamente correto. “É business case para termos empresas com ambientes mais saudáveis. Para que cada um se sinta acolhido(a) para dar seu melhor. Onde possam se desafiar, não ter medo de colocar o que pensam e nem de trazer pontos de vista diferentes”.
Ela participou da solenidade de abertura da Diversibram – a mineração sem rótulos, evento híbrido idealizado pelo grupo de trabalho DEI da Agenda ESG da Mineração do Brasil e organizado pelo IBRAM, para debater temas relacionados à diversidade, equidade e inclusão (DEI) no setor mineral. A solenidade foi acompanhada por mais de 800 pessoas. Assista a íntegra no canal Youtube do IBRAM.
Ana Sanches disse que DEI “é um caminho sem volta (…) Estamos falando de uma mudança cultural e temos que ser persistentes, já que isso não acontece do dia para a noite. O setor de mineração é pouco diverso e ainda temos muito a evoluir”, disse citando os números do WIMBrasil de representatividade feminina na mineração. Ela acrescentou que o setor precisa dar mais atenção também a outros grupos minorizados, já que DEI vai além gênero e raça, como LGBT+, pessoas com deficiência, diversidade geracional, disse.
Fernando Azevedo, vice-presidente do IBRAM
Fernando Azevedo: “DEI é o alicerce de uma mineração moderna, justa e sustentável”
O vice-presidente e diretor interino de Relações Institucionais do IBRAM, Fernando Azevedo, disse que DEI “é o alicerce de uma mineração moderna, justa e sustentável. O setor mineral brasileiro, liderado pelo IBRAM, abraça a diversidade, afinal é um compromisso estratégico. Faz parte das políticas de governança dos nossos associados, dos compromissos da Agenda ESG da Mineração do Brasil”. Segundo Azevedo, “em nosso setor a diversidade é relacionada com a segurança, inovação e licença social para a mineração operar. Na mineração, isso se traduz em salários equitativos, ambientes livres de assédio e carreiras que não dependem do gênero ou da cor da pele, mas do talento e da competência”. O dirigente também declarou que o IBRAM apoia a pauta de DEI no setor, “mas o protagonismo é de cada um de vocês (profissionais do setor), que, juntos, devem provar que a mineração cultiva valores humanos”.
Também participou da abertura Vera Lúcia Silva, gerente-geral de Desenvolvimento Humano e Organizacional na Samarco e líder, pelas empresas, do grupo de trabalho de DEI. Ela enfatizou que a trajetória da mineração em DEI “não é uma corrida de 100 metros ou uma maratona. É uma jornada de evolução contínua. Essa evolução traduz a experiência e nos orienta a seguir em frente sem perder a confiança em um cenário altamente volátil e desafiador”. Para ela, DEI não se trata de ativismo, “mas do futuro do nosso setor. Precisamos avançar em ações estruturantes”, sob a liderança do IBRAM para disseminar boas práticas e assumir compromissos públicos em nome do setor mineral.
Vera Lúcia Silva, da empresa Samarco
Eleita deputada federal pelo Amapá, a indígena Silvia Waiãpi, uma defensora da pauta da equidade, relatou sua história de vida como forma de transmitir mensagem às mulheres de que elas podem alcançar o que desejarem na vida. Ela contou que sofreu preconceitos por ser mulher e indígena e teve que superar diversos obstáculos para constituir família, se tornar atleta, estudar, entrar para as Forças Armadas, chegar à Câmara Federal e participar do governo federal como secretária nacional de Saúde.
Guia – Na Diversibram será lançada a 2ª. edição do Guia de Boas Práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) no Setor Mineral, uma publicação estratégica com iniciativas reais aplicadas por empresas do segmento. O e-Book, disponível gratuitamente no site do IBRAM, destaca avanços e desafios para tornar a mineração brasileira mais plural e equitativa.
Patrocinam a Diversibram 2025: BHP (categoria Ouro); Anglo American, Bemisa e Nexa (Prata); AngloGold Ashanti, Mosaic e Vale (Bronze).
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