NOTÍCIAS

Queda nas exportações (de alumínio) preocupa

23 de abril de 2012

rnNão há como esconder: o Brasil está praticamente alijado das exportações de alumínio. Pelo menos é essa a avaliação de Adjarma Azevedo, presidente da Associação Brasileira

rn

Não há como esconder: o Brasil está praticamente alijado das exportações de alumínio. Pelo menos é essa a avaliação de Adjarma Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Alumínio (Abal). As estatísticas da entidade confirmam essa tendência, segundo ele. Em 2011, em volume, as exportações de alumínio e seus produtos somaram 654,7 mil toneladas, queda de 13,2% em relação a 2010. Em valores, o saldo ainda foi positivo. As exportações da indústria – incluídos o alumínio e seus insumos, a alumina e a bauxita – totalizaram US$ 4,48 bilhões (FOB) em 2011 contra US$ 3,93 bilhões no ano anterior, aumento de 14,2%.

rn

Se forem consideradas apenas as exportações de alumínio e seus produtos, o quadro se manteve praticamente estável: US$ 1,94 bilhão (FOB) em 2010, contra US$ 1,978 bilhão (FOB) em 2011. E a participação das exportações do alumínio no total das exportações brasileiras, caiu de 1,9% em 2010 para 1,8% em 2011. “Ou seja, o Brasil, que era um exportador, nos últimos cinco anos, passou a internalizar cada vez mais o alumínio que era vendido no exterior, para atender o mercado doméstico.”

rn

Um exemplo é o da Votorantim Metais, do grupo Votorantim que investiu R$ 400 milhões para melhorar a capacidade de produção – prensas de extrusão, laminação, incluindo mineração de bauxita. Alcançou uma capacidade de produção de 520 mil toneladas de alumínio primário e produtos transformados, mas nos últimos anos mudou seu posicionamento estratégico. Há três anos, a VM exportava 40% de sua produção. As vendas externas, basicamente de produtos fundidos, estão reduzidas a 15% do total. “Nosso objetivo primordial é atender o mercado interno”, diz João Bosco Silva, diretor-superintendente da VM.

rn

O país perde mais espaço no mercado internacional por falta de competitividade dos produtos, segundo Silva. “Nosso mercado é definido pelo mercado global e existem fatores estruturais no Brasil que certamente impedem a competitividade da indústria brasileira. O preço do alumínio, por exemplo, na Bolsa de Londres, em 2003 era de R$ 4.917 a tonelada, e em 2012, o valor caiu para R$ 3.918 por tonelada, queda de 19% em reais. Mas a energia elétrica, que custava R$ 103 por MW/h, hoje custa R$ 248,00 MW/h. Isso nos tira qualquer possibilidade de concorrer no mercado internacional.”

rn

A situação abre espaço para o aumento das importações. Em 2011, as importações de alumínio somaram 412,2 mil toneladas, mais 53% em relação a 2010. “O consumo brasileiro de alumínio tem crescido nos últimos anos, o que atrai a atenção de outros países, sobretudo da China”, diz Mauro Moreno, coordenador da comissão de economia e estatística da Abal. “Nossa preocupação é com a parcela do mercado que será suprida pelos produtos importados.” A importação de matérias-primas cresceu 98%, mas o país consegue atender seu mercado interno, mas já importa alumínio primário. “A indústria de manufatura brasileira investiu na produção de chapas, folhas, cabos elétricos e outros produtos para o setor de construção civil, mas produtos acabados são trazidos de países da Ásia em melhores condições de competitividade.”

rn

O custo da energia é um fator de desequilíbrio, mas não é o único, segundo os empresários. A carga tributária e a política fiscal dificultam a competitividade. Para o presidente da Abal, a expectativa da indústria é que este cenário venha a ser alterado com as discussões que o empresariado vem mantendo com o governo. Segundo ele, a Abal apresentou ao grupo de trabalho criado no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio (MDIC) informações relacionadas à competitividade da indústria do alumínio e sugestões para a formação de uma política industrial para o setor. “Para suportar um novo ciclo de expansão, o país precisaria investir R$ 20 bilhões na área de alumínio e semifaturados. Se isso não acontecer, a demanda será atendida pelas importações.”

rn

 

Fonte: Valor Econômico

Compartilhe:

LEIA TAMBÉM



Raul Jungmann defende estruturação de projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia como forma de erradicar garimpo ilegal

19 de maio de 2023

O diretor-presidente do IBRAM participou do 1º painel do seminário Caminhos do Ouro, organizado pelo jornal Correio Braziliense, em Brasília….

LEIA MAIS

Webinar debaterá diretrizes estratégicas para territórios sustentáveis de mineração

22 de julho de 2022

A regulamentação e as diretrizes estratégicas que podem ser implementadas para melhorar os quadros de governança territorial e a cadeira…

LEIA MAIS

e-MINERAÇÃO realiza painel sobre descaracterização de barragens

2 de maio de 2022

Os desafios e expectativas para a descaracterização de barragens serão debatidos  no e-MINERAÇÃO DO BRASIL 2022, evento 100% online e gratuito. O painel…

LEIA MAIS