Riqueza, proteção, reserva de valor: as muitas faces do ouro
24 de julho de 2012
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Símbolo de riqueza, o ouro é um metal nobre, raro e valioso, que tem diversas aplicações industriais. Como investimento, tem perfil defensivo, pois é mais lembrado em períodos de grandes crises e utilizado para proteger a carteira de investimentos contra a depreciação de outros ativos. Vamos entender um pouquinho sobre esse vasto e complexo mercado.
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A demanda
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Conforme dados do World Gold Council, em 2010 a demanda de ouro foi da ordem de 3.812,2 toneladas, atingindo um valor estimado em US$ 150 bi. O principal mercado consumidor é a joalheria, com 2.059,6 toneladas, fruto do crescimento da demanda de indústrias de joias da Índia e China. Juntas, possuem 51% da demanda mundial de joias, barras e moedas.
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O setor de investimentos demandou 1.333,1 toneladas. Em períodos de conflitos, guerras, crises econômicas, instabilidade política, cresce a percepção do ouro como um porto seguro, cujo valor não se deprecia como ocorre com as moedas. E aumenta a procura desse ativo para compor as carteiras de investimento, seja com uma estratégia de proteção, seja para especular no potencial aumento de preço do metal.
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A oferta
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Dados preliminares do GFMS (Gold Fields Mineral Services) indicam que a produção mundial de ouro em 2010 foi da ordem de 2.652 toneladas. Atualmente, a China é o maior produtor de ouro do mundo com 345 toneladas. A Austrália é o segundo maior produtor de ouro do mundo, com uma produção de 255 toneladas de ouro em 2010.
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A produção de ouro dos EUA se estabilizou em cerca de 230 toneladas por ano. A produção de ouro na África do Sul, quarto produtor em 2010, diminuiu 80% em 40 anos. Interessante comentar que a produção da China de 2010 equivale a apenas 1/3 da produção da África do Sul nos anos 60. A Rússia mantém sua produção de ouro estável, produzindo 190 toneladas de ouro por ano.
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O preço
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No Brasil, a cotação do grama do ouro em reais é calculada com base em duas variáveis: o preço da onça (31,1 gramas) em dólares, cotada nas Bolsas de Londres e de Nova York, e o preço do dólar norte-americano, pela cotação do dólar flutuante, aqui no Brasil.
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Em 2011 e no primeiro semestre de 2012, a cotação apresentou valorização bem acima da variação da taxa de juros de mercado e chamou a atenção de alguns investidores. Entretanto, segundo a Economatica, no período acumulado de 18 anos pós Plano Real, o ganho nominal bruto do ouro foi de 774%, contra 723% (líquido) da poupança. Se você quer entrar nesse mercado de gigantes e aceita os riscos desse mercado, saiba como é possível investir em ouro no Brasil.
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BM&FBOVESPA
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Você pode comprar contratos de ouro à vista, sendo que a negociação mínima é de um contrato que pode ser o lote-padrão de 250g ou os contratos fracionários de 10 g e de 0,225 g, com preços mais acessíveis, mas menor liquidez.
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As negociações de ouro na BM&F são feitas por intermédio de uma corretora de valores, a mesma que você utiliza para comprar e vender ações. Os volumes negociados são transferidos automaticamente para a custódia de instituições credenciadas, procedimento que garante a origem e o teor de pureza do metal negociado.
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Os custos são semelhantes aos praticados no mercado de ações: corretagem, emolumentos e custódia. Consulte sua corretora para saber se ela opera nesse mercado e quais são os custos de transação.
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Não é recomendável retirar fisicamente o ouro negociado em Bolsa. Os contratos têm um teor mínimo de pureza e, uma vez retirado, exigirá novo processo de análise para voltar a ser operado nesse ambiente.
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Barra de ouro
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O ouro físico, em barras, pode ser comprado diretamente em instituições, financeiras ou não, que comercializam o metal no país, sem limite mínimo de quantidade. Para adquirir o produto é preciso realizar um cadastro e apresentar os documentos exigidos (RG, CPF, comprovante de residência e, para compras acima de R$ 10 mil, comprovante de renda). O metal pode ser retirado ou enviado pelo correio, no caso de aquisições de valores abaixo de R$ 10 mil.
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Pense bem antes de optar pela retirada e guarda do metal em casa. Você reduz alguns custos, a princípio, mas, além de correr o risco de perda ou roubo, terá custos adicionais quando vender as barras de ouro. Como elas estão fora de ambiente oficial e seguro de custódia, terão de passar por um procedimento de reavaliação do teor de pureza para determinar seu valor e voltar ao mercado.
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Fique atento: a diferença entre o valor de compra e venda (“spread”) dos contratos negociados em Bolsa é muito menor quando comparado com os preços praticados no mercado de ouro físico. Além disso, a liquidez é maior nos contratos de ouro que não exigem reavaliação do metal toda vez que você quiser fazer uma operação.
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Isenção de IR
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O ganho de capital apurado nas operações de contratos de ouro negociados em Bolsa é isento da incidência do Imposto de Renda. A isenção tributária é válida somente para pessoas físicas nas operações cujo valor de venda não tenha sido superior a R$ 20 mil a cada mês.
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A regra se aplica somente nas operações de ouro “ativo financeiro”, que são os contratos negociados em Bolsa. Não é válida na venda de barra de ouro físico, considerada “mercadoria”.
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Fonte: Folha.com